
A bolsonarista Cristiane Silva, que participou da tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, foi presa nos Estados Unidos e deportada para o Brasil no sábado (24).
Ela se recusou a fechar o acordo da Procuradoria-Geral da República (PGR) e fugiu do Brasil pela Argentina, depois viajando para os EUA, onde vivia ilegalmente.
Cristiane chegou a Fortaleza no voo de repatriação com outras 102 pessoas. O governo federal informou que, além dela, outras duas pessoas tinham mandados de prisão ativos e foram imediatamente presas pela Polícia Federal.
Cristiane Silva, de 33 anos, garçonete, foi presa no dia 9 de janeiro de 2023, em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, depois de ter participado do ato golpista no dia anterior.
Em 2024, enquanto o processo ainda corria no Supremo Tribunal Federal (STF) e ela não havia sido condenada, Cristiane saiu do Brasil junto com outros bolsonaristas que participaram do atentado.
A bolsonarista só foi para os EUA em novembro de 2024, quando o governo argentino começou a cumprir as ordens de prisão das Justiças argentina e brasileira contra os golpistas.
A PGR ofereceu para Cristiane um acordo para que não houvesse persecução penal. Em troca, ela pagaria uma multa de R$ 5 mil, ficaria proibida de usar as redes sociais por dois anos e teria que realizar um curso sobre democracia. Cristiane recusou a oferta e foi condenada no STF a um ano de prisão por associação criminosa.
Além de Cristiane, outras três bolsonaristas que participaram do golpe de 8 de janeiro estão presas no Texas, nos EUA. É o caso de Rosana Maciel Gomes, condenada a 14 anos de prisão, de Raquel de Souza Lopes, condenada a 17 anos por golpe de Estado, associação criminosa e dano a patrimônio público, e o de Michely Paiva Alves, que ainda não foi julgada.
Em entrevista ao UOL, Cristiane disse que não aceitou o acordo da PGR porque não cometeu nenhum crime. Segundo ela, o atentado de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, “realmente foi uma armadilha da esquerda”.