
O deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO) está querendo dar status político para os bandidos do CV (Comando Vermelho) e do PCC (Primeiro Comando da Capital PCC).
Ele questionou por que o Itamaraty solicitou a exclusão de menções às duas facções criminosas como organizações de “perfil terrorista”, como quer o governo dos EUA, no texto final do pacto de cooperação em segurança na Tríplice Fronteira.
A ação do governo federal está inteiramente correta. Primeiro, não há o menor cabimento em transformar esses bandos de criminosos e traficantes, que roubam e matam para enriquecer, dando a eles supostas “motivações” políticas para seus crimes comuns.
Eles não têm nenhuma motivação política. Misturar, como quer o governo americano, o PCC e o CV com supostas e fantasiosas células do grupo Hezbollah que, segundo eles, estariam agindo juntos na Tríplice Fronteira, é pura armação e provocação para viabilizar a intromissão da Casa Branca nos assuntos do Brasil.
A queixa do deputado bolsonarista dá a nítida impressão de que ele está a soldo dos EUA para dar proteção e, quem sabe, até cooptar esses criminosos. Os EUA fizeram isso com o ISIS na Ásia Ocidental e estão querendo repetir no Brasil. Estão contando com o bolsonarismo porque proteger bandidos é especialidade e prática comum dessa gente.
Isso ficou claro na campanha estridente feita há alguns meses por ele e outros bolsonaristas em defesa de estupradores – com punição das vítimas que procurassem ajuda para abortar – e dos trogloditas que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
Em segundo lugar, a ideia de trocar o status desses bandidos comuns não tem nenhuma originalidade. Ela é uma macaqueação pura e simples da trama do governo americano para se intrometer nos assuntos internos dos países da América Latina. Foi a Casa Branca – e, por tabela, a CIA, DEA, FBI e outros antros de conspiradores – que inventaram essa conversa de transformar mafiosos do tráfico e de outros crimes em “presos políticos”. Assim, eles podem usar essa conversa como pretexto para intromissões e invasões nos países da região.
Os bolsonaristas, no caso, e como sempre, não passam de marionetes e papagaios dos espertalhões do trumpismo. O governo brasileiro fez muito bem em vetar esse conceito oportunista e interesseiro do imperialismo criado para tentar subjugar os países da América do Sul. Uma artimanha clara da Casa Branca – hoje ocupada pela extrema-direita para ameaçar países como o México e o Brasil. Fizeram bem o presidente Lula, do Brasil, e a presidente do México, Claudia Sheinbaum, que não se submeteram à arrogância e prepotência de Donald Trump.
Não por acaso, a proposta indecente no encontro partiu da Argentina, um país hoje governado por um dos maiores sabujos de Donald Trump em todo o planeta. Milei é tão submisso à Casa Branca e a Wall Street que quer acabar com a moeda argentina e adotar o dólar dos Estados Unidos. Ele também destruiu a economia nacional e ofereceu a Argentina para a instalação de bases americanas. Os bolsonaristas morrem de inveja de Milei e querem recuperar status de maiores puxa-sacos de Trump. Por isso, a histeria de Gayer contra o Itamaraty. Ele quer mostrar serviço para seus amos de Washington.