
Seguidores de Bolsonaro e demais bajuladores de bancos escravizam os trabalhadores, depenam a Previdência, defendem arrocho salarial e reclamam que haverá muita gente dependendo do BPC
O recente embate público entre o Poder Executivo e o Congresso Nacional sobre a alteração nas alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) escancarou para o país inteiro que o objetivo do bolsonarismo e de outros serviçais dos banqueiros e agiotas é cortar direitos sociais dos pobres o obrigá-los a arcar sozinhos com o grosso da carga tributária no país. Não admitem que os bilionários paguem impostos.
IMPOSTOS PARA RICOS, NEM PENSAR
Nas discussões, tanto na Câmara como no Senado, assim como na imprensa que repercute os interesses da Faria Lima, se viu que a insistência de todos os bajuladores de banqueiros é que as contas públicas sejam “ajustadas” com o sacrifício dos pobres, da classe média e de mais ninguém. Não admitem que ricaços paguem impostos.
Não aceitam reduzir, por exemplo, a “gastança” desenfreada com os juros, que transfere R$ 1 trilhão do orçamento público para os bilionários e especuladores todos os anos. Não se pode falar em reduzir juros que eles ficam nervosos e ameaçam com o fantasma da inflação, como se eles tivessem alguma preocupação com isso. Não têm. Exigem cortes de programas sociais, da Previdência Social, dos serviços públicos e de investimentos do governo para sobrar mais para eles.
LULA: AUSTEIRDADE NÃO DEU CERTO EM LUGAR NENHUM
O próprio presidente Lula já percebeu que esse arrocho sobre o povo é desastroso para o país. “A política de austeridade fiscal não deu certo em nenhum lugar do mundo”, disse ele, durante a divulgação do Plano Safra 2025/26. Lula responsabilizou as exigências de austeridade fiscal pelas crises sociais que estamos assistindo em vários países do mundo, inclusive no Brasil. Diferente de sua equipe econômica, para ele, as condicionalidades impostas por instituições financeiras internacionais aprofundam desigualdades. “Toda vez que se fala em austeridade, o pobre fica mais pobre e o rico fica mais rico”, denunciou o presidente.
A direita bolsonarista e os demais papagaios dos bancos não aceitam de forma alguma que os ricos paguem impostos no Brasil. São defensores dos bilionários. São contra a isenção de imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais, como defende o governo Lula. Não admitem que os que ganham mais de R$ 50 milhões em dividendos ou distribuição de lucros paguem imposto de renda. Já o assalariado, esse tem que pagar até 27% de seus salários todos os anos.
Para eles, quanto menores forem os direitos dos trabalhadores, como 13º salário, férias, repouso remunerado, auxílio doença, etc, quanto mais precárias forem as relações de trabalho, melhor. Maiores serão os seus superlucros. Chamam isso de “liberdade econômica” e “choque de prosperidade”, mas escondem que a “prosperidade” é para muito poucos e que a tal “liberdade” que eles querem, na verdade, é o direito à super exploração dos trabalhadores, sem fiscalização, sem sindicatos e sem normas.
BOLSONARISTAS QUEREM DESTRUIR PREVIDÊNCIA
Os bolsonaristas exigem cortes na Previdência Social, que já é subfinanciada. Fazem isso depois de tornarem quase impossível um trabalhador se aposentar no Brasil. Suas “reformas” da Previdência fecharam as portas da aposentadoria para os trabalhadores brasileiros. E, agora, eles querem outra “reforma”, ou seja, mais restrições.
Acabaram com a CLT, que garantia direitos sociais e trabalhistas. Entre eles, a aposentadoria depois de um período de trabalho. Com a semiescravidão, estão pondo fim ao financiamento, pelo empregador, pelo governo e pelo trabalhador, da Previdência Social. Inventaram uma tal carteira de trabalho “verde e amarela”, sem praticamente nenhum direito e, com isso, criaram milhões de “autônomos”, de “pejotas” e de “uberizados”, e enfraqueceram o financiamento das aposentadorias no país.
Agora, fazem um alarde de que haverá rombo na Previdência. Divulgam um estudo cínico, como o que foi publicado nesta segunda-feira (7), pelo jornal “O Globo”, dizendo que daqui a 15 anos haverá uma explosão de gastos e muitos necessitados de BPC (Benefício de Prestação Continuada), que é um programa dirigido a idosos miseráveis e incapacitados para o trabalho. Ou seja, defendem cortes e escravidão, agora, e alardeiam que daqui a 15 anos vai faltar dinheiro na Previdência Social. É muito cinismo.
CRIAM MISERÁVEIS AOS MILHÕES
Não estão preocupados com o futuro de ninguém. Estão preocupados é em embolsar mais dinheiro público, já. Quanto mais, melhor. Eles defendem o arrocho social, criam miseráveis aos milhões e fazem alarde de que eles serão muito caros para o país no futuro. Toda essa encenação quanto ao futuro é para forçar mais cortes agora na Previdência Social e no BPC. O futuro do país que se dane.
Chantageiam o governo para que faça esses cortes imediatamente. E o problema é que, infelizmente, a área econômica do governo acaba fazendo o que eles querem, como está ocorrendo com o BPC, por exemplo, que teve dificultado o seu acesso. É claro que, se continuarem cortando direitos e transformando o mercado de trabalho numa selva feroz e sem leis, haverá muito mais miseráveis no futuro precisando de BPC.
NÃO PODE CULPAR O BPC
Lula também falou sobre isso e se mostrou muito indignado com a situação e com algumas medidas tomadas até mesmo por sua própria equipe de governo. “Nós temos neste país pagamento da taxa de juros de quase 1,2 trilhão de reais, enquanto temos de desoneração, de isenção fiscal 680 bilhões de reais”, denunciou o presidente.
“E eu fico triste quando eu vejo as pessoas jogarem a culpa por essa situação em cima dos doentes, em cima do BPC (Benefício de Prestação Continuada), em cima do Bolsa Família, em cima do Pé de Meia, criado para garantir que 500 mil moleques que saíam da escola porque tinham que trabalhar, não desistam e possam voltar a estudar”, acrescentou Lula. Ou seja, o presidente da República parece estar se conscientizando da necessidade de mudanças urgentes. E, nisso, nós estamos inteiramente de acordo.
SÉRGIO CRUZ