A ala bolsonarista do Senado Federal apresentou para o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), um pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por supostos abusos nos casos que desmantelaram a quadrilha que queria dar um golpe de Estado.
Os líderes do pedido defenderam abertamente os golpistas do 8 de janeiro e outros que descumprem ordem judiciais.
O pedido tem a assinatura de 153 dos 513 deputados federais. Um pedido dessa natureza, no entanto, só tramita no Senado Federal após o presidente da Casa aceitar a denúncia.
Os bolsonaristas baseiam o pedido em supostos abusos de Moraes nas investigações e processos contra aqueles que atacaram a democracia.
Na coletiva de imprensa que deu após apresentar o pedido de impeachment, o grupo bolsonarista não conseguiu citar nenhum fato concreto que configure crime de responsabilidade.
Eles falaram somente generalidades sobre supostos abusos e perseguições por parte de Alexandre de Moraes.
Marcel van Hatten (Novo-SC), que encabeça o pedido, falou que Alexandre de Moraes “parece não ter freio” e que as investigações sobre os ataques contra a democracia são “falsos processos, mas verdadeiras inquisições”.
Ele citou o bloqueio das contas do senador Marcos do Val (Podemos-ES), mas não explicou que isso ocorreu após o parlamentar se recusar a cumprir decisões judiciais e ignorar as multas aplicadas.
Bia Kicis (PL-DF), líder da minoria na Câmara, fez seu discurso defendendo “jornalistas” que fugiram da Justiça após atacar a democracia e disseminar fake news sobre as eleições, como Oswaldo Eustáquio e Allan dos Santos. Em vez de jornalistas, na verdade fazem parte de uma milícia digital, disseminando mentiras e desinformando.
Kicis ainda falou que os condenados pela tentativa de golpe do dia 8 de janeiro estão tendo penas muito longas e defendeu que eles deveriam pegar somente “três ou quatro anos de cadeia”.
A deputada defendeu Débora Rodrigues dos Santos que, além de participar dos ataques contra o Supremo, o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, ficou conhecida por escrever “perdeu, mané” na estátua da Justiça. “Nós nos solidarizamos a ela”, falou a deputada bolsonarista.
O movimento de pedir, novamente, o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes ocorre em consonância com a manifestação bolsonarista do dia 7 de setembro, quando Jair Bolsonaro atacou Moraes e pediu anistia para os condenados pelo golpe de 8 de janeiro.
“Eu espero que o Senado Federal bote um freio em Alexandre de Moraes, esse ditador que faz mais mal ao Brasil que o próprio Luiz Inácio Lula da Silva”, falou Jair.
Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, falou para o grupo bolsonarista que vai aferir “critérios técnicos e políticos” para decidir sobre o pedido apresentado.