Bolsonaristas “trabalham contra os interesses do povo brasileiro”, diz Alckmin no ato do Direitos Já!

Vice-presidente condenou Bolsonaro por "tramar contra a democracia brasileira" (Fotos: Ana Mesquita)

Ato em defesa da soberania reuniu o vice-presidente da República, ministro do STF, presidente da FIESP, Josué Gomes, lideranças religiosas, estudantis, sindicais, femininas, parlamentares e artistas. Secretário-geral da ONU enviou mensagem

O movimento Direitos Já! realizou, nesta segunda-feira (15), um ato em defesa da democracia e da soberania com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, Gilmar Mendes, lideranças empresariais, religiosas, estudantis, sindicais, femininas, parlamentares e artistas.

Geraldo Alckmin afirmou que “não pode haver delito maior para um político do que tramar contra a democracia brasileira. Fez muito bem o Supremo [em condenar os golpistas]”. “Acho que nós temos a comemorar”.

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“Mesmo fora do governo, continuam trabalhando contra os interesses do povo brasileiro”, continuou o vice-presidente, se referindo ao apoio dos bolsonaristas ao tarifaço dos EUA contra o Brasil.

O vice-presidente também ressaltou que a gestão de Jair Bolsonaro agiu com negacionismo na pandemia de coronavírus e permitiu a morte de 700 mil brasileiros, representando uma taxa de mortes três vezes maior do que no resto do mundo.

Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), esteve no ato e deixou uma mensagem de “apoio ao movimento pela democracia e soberania”. Segundo ele, as instituições têm sabido ser resilientes e é fundamental o apoio da sociedade civil ao Supremo e a todas as instituições nacionais”.

União em defesa do Brasil (Foto: Ana Mesquita)

O evento foi marcado pela defesa da soberania brasileira, que foi ameaçada pelos Estados Unidos em uma tentativa de intervir no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a condenação de Jair Bolsonaro.

O 12° ato do Direitos Já! foi realizado no TUCA, Teatro da Pontifícia Universidade Católica (PUC), sob a coordenação de Fernando Guimarães.

Em manifesto, o Direitos Já! sublinha que “a Justiça brasileira enfrentou, com autonomia e independência, uma agressiva tentativa de ingerência do presidente americano Donald Trump em favor dos golpistas com a imposição de tarifas de 50% às exportações brasileiras aos EUA e um ataque indigno e ilegal ao Ministro relator do caso na Corte Suprema”.

Fernando Guimarães, coordenador (Foto: Ana Mesquista)

Fernando Guimarães lembrou que, em 2019, quando da fundação do movimento, “foi pactuado que deixaríamos de lado as diferenças” para fortalecer a “luta pela democracia”.

O sociólogo avalia que o Direitos Já! foi “fundamental para que a frente ampla tivesse condições” de existir, mas que o fascismo continua sendo uma ameaça.

Alackmin, a atriz Marisa Orth e José Aníbal, ex-presidente do PSDB (Foto: Ana Mesquita)

Estiveram presentes representantes do PT, PSDB,  PCdoB, PDT, PSB, MDB, PSOL, Solidariedade, PV e Rede Sustentabilidade, além de lideranças de diversas religiões. O ato também contou com a presença do presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), Josué Gomes, e dirigentes sindicais.

REITOR DA PUC, VIDAL SERRANO

O reitor da PUC de São Paulo, Vidal Serrano, lembrou dos ataques da ditadura à Universidade, que chegou a ter seu teatro incendiado.

Serrano pediu uma salva de palmas ao Supremo Tribunal Federal (STF) por manter sua independência e condenar Jair Bolsonaro e seus aliados golpistas. O público respondeu de forma animada.

A presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, disse que “nós da ciência não aceitamos nada que não seja ‘zero’ para essa anistia”.

Ana Beatriz de Oliveira, reitora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) e vice-presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES), citou a afronta de Jair Bolsonaro à autonomia das Universidades e Institutos Federais como parte de seu ataque à democracia.
“Mais de 20 instituições federais tiveram sua autonomia frontalmente atacadas em razão da não nomeação de reitores e reitoras democraticamente eleitos por suas comunidades”, falou.

EDINHO SILVA, PRESIDENTE DO PT

O presidente do PT, Edinho Silva, apontou que a condenação dos golpistas foi uma vitória da democracia, mas “o fascismo está em ascensão no mundo e no Brasil. O Trump é o maior líder fascista do século XXI”.

Para Edinho, o  “Brasil pode ser exemplo para o mundo” de resistência aos ataques de Donald Trump contra a soberania dos países.

CARLOS SIQUEIRA, PRESIDENTE DO PSB

O presidente do PSB destacou que a democracia, permitindo lutas sociais, entregou avanços civilizatórios como o Sistema Único de Saúde (SUS). Avaliando um cenário de ataques contra a democracia e a soberania, disse que o “momento exige coesão e coragem. Não vamos nos submeter, não vamos obedecer ao Trump”.

WALTER SORRENTINO, VICE-PRESIDENTE DO PCDOB

Walter Sorrentino, vice-presidente do PCdoB, celebrou a decisão do STF de condenar Jair Bolsonaro e denunciou que a anistia defendida pelos aliados do ex-presidente “não é para pacificação, é para estimular golpistas, para apoiar Trump, que agride o país”.

ANTÓNIO GUTERRES, SECRETÁRIO-GERAL DA ONU

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, enviou uma mensagem lembrando da luta contra a ditadura em Portugal e afirmando que o mundo vive “um tempo em que a democracia e o estado de direito sofrem ataques da desinformação, da divisão e do encolhimento do espaço cívico”.

“Aos que buscam desacreditar ou enfraquecer a democracia, digo o seguinte: eu vivi sob uma ditadura e, junto de muitos outros, ajudei a reconstruir a democracia em Portugal, e sei a diferença”.

Homenagem a Almino Affonso (Foto: Ana Mesquita)

O ex-deputado e ex-ministro do Trabalho de João Goulart, Almino Affonso, que foi homenageado pelo Direitos Já!, acrescentou que a ONU tem sido “calada” por quem não defende a democracia.

UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES

A presidente da UNE, Bianca Borges, assinalou que a entidade nasceu “das lutas pelo Brasil soberano, pelo ‘Petróleo é Nosso’, pelo combate à ditadura. A Educação é o principal caminho para um Brasil soberano”.

DEPUTADA ERIKA HILTON

A deputada federal Erika Hilton (PSol-SP) destacou que o ato é reafirmação “da soberania do Brasil” frente à ofensiva dos Estados Unidos.

“O Brasil permanece soberano e lutando por uma democracia plena. Estamos ansiosos para ver o camburão parar na porta e levar Bolsonaro para a Papuda”, continuou.

O ex-presidente nacional do PSDB, José Aníbal, disse que a luta pela democracia deve se estender até as eleições de 2026, nas quais a disputa pelo Congresso Nacional será central.

PEDRO BIANCO

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Respostas de 3

  1. A defesa da Democracia e do Estado de Direito , eternamente, será o Norte da Nação brasileira. Ditadura, nunca mais. Liberdade . A vida é combate, que aos fracos abate, aos bravos, aos fortes só pode exaltar. GDias.A única luta que se perde é a que se abandona.Che Guevara.

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