
“E esse movimento do pessoalzinho aí que eu cortei verba, o que vocês acharam?”, disse sobre os manifestantes em defesa da Educação
Jair Bolsonaro voltou a ofender os manifestantes que realizaram protestos em todo o país, na última quarta-feira (15), contra os cortes no orçamento das universidades e institutos federais, afirmando que a mobilização foi um “movimento do pessoalzinho aí que eu cortei a verba”.
Ele também repetiu que os estudantes que participaram dos atos são “idiotas úteis”.
Na quinta-feira (16), em Dallas, nos Estados Unidos, ele já havia se referido aos manifestantes como “idiotas úteis” e “massa de manobra”.
Sábado (18), Bolsonaro saiu até a portaria do Palácio da Alvorada para conversar com alunos do Colégio Bandeirantes, de São Paulo. Ao falar com os estudantes, indagou: “E esse movimento do pessoalzinho aí que eu cortei verba, o que vocês acharam?”.
“Um lixo. A gente é estudante de verdade. A gente estuda”, respondeu um dos alunos da escola privada que, segundo o jornal “Folha de S. Paulo” cobrava mensalidade de mais de R$ 3 mil em 2017.
“É uma minoria que manda na escola. Pessoal faz aí porque alguns (professores) (estavam) oferecendo pontos, facilidades. E o pessoal (os alunos) nem sabe o que foi fazer nas ruas”, afirmou Bolsonaro. “São idiotas úteis. É verdade”, completou.
Um dos estudantes disse então que Bolsonaro teve sua fala nos EUA distorcida pela imprensa. O presidente reiterou o que havia dito.
“Em Dallas, eu falei, sim, que uma parte são idiotas úteis. É verdade, ué. É mentira? Meu pessoal esteve na rua ouvindo a molecada ‘o que você está fazendo aqui?’. Não sabe de nada. É massa de manobra dos espertalhões de sempre, do pessoal que quer voltar ao poder. Para alguns grupos está difícil a vida, acabou a teta”, afirmou Bolsonaro.
Ele também atacou a autonomia das universidades federais e fez críticas à qualidade do ensino público no país, além de elogiar as escolas pagas. “Universidade, por exemplo, os reitores têm autonomia. Mas, hoje em dia, parece que eles têm, na verdade, autonomia total, soberania. Têm que prestar as contas do que está acontecendo”, alegou.
“O currículo escolar não é bom. No meu tempo, na idade de vocês, colégio público era bom. Colégio particular não era bom. Hoje, inverteu o negócio. O colégio particular pago, como regra, é bom. O público, como regra – como regra, antes que a imprensa fale que estou atingindo todo mundo – não é bom”, disse Bolsonaro.
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