Na entrevista ao vivo à Rádio Mix de Manaus na manhã desta quarta-feira, Lula lembrou que, além de trabalhar contra a Zona Franca, Bolsonaro zombou das pessoas que morriam sem oxigênio em Manaus
Em entrevista ao vivo à Rádio Mix de Manaus na manhã desta quarta-feira (26), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas, destacou a importância da Zona Franca de Manaus para o desenvolvimento do Amazonas e da região Norte e disse que o governo federal precisa fazer todo o esforço necessário para manter a área industrial funcionando.
Ele criticou a postura do adversário Jair Bolsonaro que ameaça os benefícios da região, tentando reduzir IPI de produtos que podem prejudicar a competitividade da Zona França. “Aliás”, disse Lula, “este governo não é só contra a Zona Franca. Por ele, a floresta será toda destruída. Ele não entende nada de Amazônia, ele apoia a derrubada das árvores e as queimadas”.
“Não acredito que o povo do Amazonas vai votar numa pessoa que trabalha contra a Zona Franca de Manaus, que quer destruir a floresta e abandonou a população sem oxigênio durante a pandemia”, disse Lula. “Bolsonaro zombou das pessoas que estavam morrendo sem ar nesta cidade”, denunciou o ex-presidente.
“O atual presidente tenta tirar benefícios numa demonstração de que não tem conhecimento do significado da existência da Zona Franca para a economia do Estado e da cidade, e para região Norte”, disse, enfatizando que não se pode mexer na Zona Franca enquanto não houver um outro modelo de desenvolvimento que leve outras empresas para a região.
“Se ela for extinta e as empresas continuarem saindo, como algumas já saíram, podemos ter caos de desemprego na região”, afirmou, lembrando que seu governo e de Dilma prorrogaram por 60 anos os benefícios fiscais que atraem empresas para a região. Nos governos dele, o acordo da Zona Franca foi prorrogado em dez anos. A presidente Dilma Rousseff autorizou por mais 50 anos.
“Em meu governo teremos atenção especial aos povos da floresta Amazônica, tanto em capitais como Manaus e Boa Vista ou Rio Branco, até em cidades do interior”, disse Lula. “O objetivo”, explicou, “é levar desenvolvimento para a população, como foi feito com o programa Luz Para Todos, sempre com responsabilidade e tendo como premissa a soberania nacional”.
“A gente sabe a importância da Amazônia para o mundo, e o mundo tem que fazer um esforço para ajudar o Brasil a cuidar da Amazônia. A gente não abre mão da soberania, mas a gente sabe da importância dela para o clima, para o planeta Terra. Portanto, os países precisam arcar com a despesa para que a gente possa cuidar, com muito carinho e com muito amor da Amazônia, mas, sobretudo, do povo da Amazônia”, declarou.
As jornalistas Odinéia Araújo e Arthemisa Gadelha foram as entrevistadoras de Lula. Na ocasião, ele reforçou que é vital proteger a Amazônia para impedir as mudanças climáticas, sem esquecer da população que vive na região. “São mais de 25 milhões de pessoas que moram na Floresta, que precisam trabalhar, se vestir, passear, ter acesso a lazer, e é responsabilidade do Estado cuidar que essas pessoas tenham acesso a tudo que é essencial à sobrevivência humana”, completou o ex-presidente.
O ex-presidente lembrou obras importante dos governos petistas no Amazonas – como o gasoduto Coari-Manaus, desejo antigo da região, a ponte sobre o rio Negro, reforma e ampliação do aeroporto, um terminal hidroviário, modernização da Refinaria do Amazonas e uma nova estação de tratamento de água que beneficiou mais de 600 mil pessoas. Segundo ele, nos governos petistas, foram gerados cerca de 630 mil vagas de emprego no Estado.
Lula destacou a necessidade do Brasil retomar o protagonismo internacional e as relações com os países do mundo e atrair capital externo para investimento direto no país. Em resposta à pergunta da emissora, ele disse acreditar ser possível atrair empresa de semicondutores, como era sonhado na época em que o Brasil assinou o acordo de TV digital. Lula prometeu também resolver as questões ambientais para concluir a Rodovia BR 319 (Rodovia Manaus–Porto Velho).