
Jair Bolsonaro voltou a agredir o Supremo Tribunal Federal (STF) e defender seus aliados golpistas, como Allan dos Santos, o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) e Roberto Jefferson (PTB).
Em discurso feito na quinta-feira (9), Bolsonaro disse que o STF está cometendo “violência” e agindo contra a Constituição Federal por ter investigado e prendido quem ataca a Constituição.
Ninguém “pode estar acima da Constituição” e interpretá-la “da maneira que ele bem entender”, disse Bolsonaro, atribuindo aos ministros do STF o que ele é vezeiro em fazer: ignorar a Constituição.
Jair Bolsonaro deixou claro que está obstruindo a Justiça e falou que o pedido de extradição de Allan dos Santos, que fez ataques às instituições democráticas e divulgou fake news, não tem justificativa e pode causar uma “crise no Brasil”.
“Aqui se acha agora que qualquer motivo, me chamou de feio, de narigudo, de barrigudo, eu posso agora pedir a extradição dessa pessoa. Não é assim que funciona. Ou todos nós impomos um limite para nós mesmos, ou pode-se ter crise no Brasil”, mentiu, escondendo que Allan dos Santos não chamou ninguém de “feio” ou “narigudo”. Ele agrediu a Constituição e a democracia e Bolsonaro está acobertando esses crimes.
Bolsonaro não comentou os ataques feitos por Allan contra a democracia e as fake news que divulgou durante a pandemia, falando que o coronavírus era uma farsa e uma conspiração chinesa.
No caso de Daniel Silveira, preso depois de publicar um vídeo agredindo e ameaçando os ministros do STF, Jair Bolsonaro disse que não pode “entender um parlamentar ficar preso por sete meses. Doeu no meu coração ver um colega preso? Doeu. Mas o que fazer? Será que queriam que tomasse medidas extremadas?”.
“Isso é um ato antidemocrático, que dá nojo e é tapa na cara”, acrescentou. Daniel Silveira estava presente no evento.
“Muitos falam: ‘não toca no assunto, não se meta’. Eu não tô me metendo, eu tô defendendo a liberdade, eu tô defendendo a Constituição” e “brigando por democracia”, continuou. Olha só quem está falando em liberdade e democracia: o algoz delas.
Para Bolsonaro, as prisões de seus aliados que pediam o fechamento do STF e organizaram invasões e transgressões no dia 7 de setembro, como Roberto Jefferson, Oswaldo Eustáquio e Zé Trovão, são “violência praticada por um ministro do Supremo”.
Outro caso que comentou no discurso foi a cassação do mandato do deputado estadual do Paraná, delegado Fernando Francischini (PSL), que divulgou fake news durante as eleições de 2018.
“Isso não pode acontecer, meu Deus do céu… Estamos assistindo atos arbitrários pelo Brasil com constância”, falou.
Francischini fez uma transmissão ao vivo para dizer que as urnas eletrônicas tinham sido fraudadas para atrapalhar Jair Bolsonaro.
As farsas já foram desmentidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas Jair Bolsonaro quer impor uma mentira como se fosse “verdade”.