Bolsonaro anuncia Queiroga, o quarto ministro da Saúde do seu governo

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Foto: Geraldo Magela - Agência Senado

Jair Bolsonaro anunciou, na noite de quinta-feira (15), que o médico Marcelo Queiroga assumirá o Ministério da Saúde no lugar de Eduardo Pazuello. Queiroga será o quarto ministro da Saúde desde o começo da pandemia.

“Foi decidido agora à tarde a indicação do médico, doutor Marcelo Queiroga, para o Ministério da Saúde”, disse Bolsonaro. “Tem tudo, no meu entender, para fazer um bom trabalho, dando prosseguimento a tudo que o Pazuello fez até hoje”.

Marcelo Queiroga é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Em entrevista à Folha de S. Paulo, publicada no domingo (14), Queiroga disse que é contrário ao uso da cloroquina em pacientes com Covid-19 e que o Brasil tem que colocar “em prática tudo o que a ciência já nos mostrou que funciona”.

Jair Bolsonaro disse que a conversa com Queiroga “foi excelente. Já o conhecia há alguns anos. Então, não é uma pessoa que tomei conhecimento há alguns dias”.

Queiroga, segundo disse um prócer do “Centrão” ao jornal “O Estado de S. Paulo”, foi indicação do filho de Bolsonaro, Flávio, o herói das rachadinhas, cujo sogro, também cardiologista, é amigo do novo ministro.

O “Centrão” apoiara, através do presidente da Câmara, Arthur Lira, a médica Ludhmila Hajjar para o Ministério da Saúde. “Um influente político do Centrão resume: Bolsonaro quis escolher um nome sozinho. Não tem problema. Mas terá que acertar na seleção do seu quarto ministro da Saúde porque, caso seja necessário fazer uma nova troca, o país não vai parar para discutir quem será o quinto, mas sim o próximo presidente da República. Na versão de um deputado, ninguém mais ficará brincando de escolher ministro” (OESP, 15/03/2021).

“Tem tudo, no meu entender, para fazer um bom trabalho, dando prosseguimento a tudo que o Pazuello fez até hoje”, disse Bolsonaro

Na avaliação de Bolsonaro, “a parte de gestão foi muito bem feita por ele [Eduardo Pazuello] e agora vamos partir para uma parte mais agressiva no tocante ao combate ao vírus”.

“No tocante às vacinas, um programa bastante ousado, mais de 400 milhões de doses contratadas até o final do ano. Este mês vamos receber mais de 4 milhões de vacinas, e essa política de vacinação em massa continuará cada vez mais presente em nosso governo”, prometeu.

O governo Bolsonaro tentou atrapalhar o desenvolvimento da CoronaVac, principal vacina em uso no país, chamando-a pejorativamente de “vachina”. Sob ordem direta de Bolsonaro, o Ministério da Saúde teve que recuar e cancelar a compra da vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan junto com o laboratório chinês Sinovac.

Além disso, o governo ignorou a oferta de 70 milhões de doses feita pela Pfizer.

Ele torrou milhões do dinheiro público na compra de cloroquina, remédio ineficaz contra a Covid-19. Sabotou as medidas de governadores e prefeitos para conter o vírus, promovendo aglomerações e fazendo campanha contra o uso e máscaras. Instigou a população a ir para as ruas para pegar o vírus.

Luiz Henrique Mandetta deixou o cargo por defender a quarentena para conter o coronavírus.

Seu sucessor, Nelson Teich, pediu demissão depois de ter sido pressionado por Jair Bolsonaro para incentivar o uso da cloroquina e de outros medicamentos que não têm efeito nenhum contra o coronavírus.

O general Eduardo Pazuello, que nunca tinha trabalhado com saúde pública, ficou como tampão, mas foi efetivado. Segundo ele próprio, Bolsonaro manda e ele apenas obedece. Foi sob ordens de Jair Bolsonaro que o Brasil ficou atrasado na corrida internacional pela compra de vacinas, ultrapassou as duas mil mortes diárias e viu internados morrerem sem oxigênio medicinal nos hospitais de Manaus (AM).

Antes de anunciar Marcelo Queiroga, Jair Bolsonaro se reuniu com a médica Ludhmila Hajjar, mas a médica não aceitou ser o que foi chamado por alguns de Relações Públicas do obscurantismo de Bolsonaro.

A Drª Ludhmila é a favor da vacinação e das medidas recomendadas pela ciência para combater a pándemia – da mesma forma que é contra o charlatanismo e o massacre da população, tentado pelas milícias de Bolsonaro.

O novo ministro também se declarou pela vacinação e demais medidas – e disse ser amigo de Ludhmila Hajjar.

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