A sanha de Bolsonaro contra os trabalhadores não tem limites. Como se não bastasse os ataques reais à ampla maioria do povo que seu governo vem promovendo, o presidente ainda tem o desplante de comparar a vida e as dificuldades dos trabalhadores com a dos empresários.
Em entrevista ao canal da jornalista Leda Nagle, no YouTube, na segunda-feira, Bolsonaro disse, referindo-se aos trabalhadores que reclamam do desemprego e “criticam o patrão”, que deveriam passar pela experiência de empreender para “ver como é barra pesada ser empresário no Brasil”. E comparou que, assim como a vida do trabalhador é difícil, “a do empresário também é”.
Referindo-se aos direitos trabalhistas, afirmou que “tudo o que é demais atrapalha”.
E justificou o desemprego e os baixos salários porque, segundo ele “é tanto direito que os patrões, os empreendedores, contratam o mínimo possível e pagam o mínimo possível”.
E martelou mais uma vez a sua cantinela de que o trabalhador tem que escolher entre “menos direito e mais emprego ou todos os direitos e o desemprego”.
Ele só esqueceu de falar sobre o que tem sido a realidade do seu governo: cada vez menos direitos e menos empregos.
O presidente também criticou mais uma vez a multa de 40% sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) a que os trabalhadores têm direito em casos de demissão sem justa causa, afirmando que ela foi criada para “evitar demissões”, mas que hoje ela não teria mais sentido porque “as pessoas já não contratam mais”.