No acumulado do ano, gasolina subiu 34,78% e o diesel 27,72%, mesmo sem alteração no ICMS
O governo anunciou, nesta quinta-feira (18), o quarto aumento seguido no preço da gasolina e a terceira alta do óleo diesel só neste ano. O litro da gasolina nas refinarias acumula alta de 34,78% desde o início do ano. Já o diesel subiu 27,72% no mesmo período. Esses índices estão muito acima da inflação no período.
O aumento médio da gasolina foi de R$ 0,23, passando a ser vendida nas refinarias por R$ 2,48 na média (aumento de 10,2%). No caso do diesel o aumento será de R$ 0,34 por litro elevando o preço final, na média, para R$ 2,58 (aumento de 14,2%). Essa explosão dos preços acontece sem que o ICMS que incide sobre gasolina e diesel tenha tido qualquer alteração e põe por terra o argumento de Bolsonaro de que estaria no imposto estadual a responsabilidade pela escala de preços.
Nas bombas a gasolina está 5,8% mais cara desde a primeira semana do ano, vendida a R$ 4,833 na média, segundo pesquisa semanal da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Já o diesel era vendido a um preço médio de R$ 3,875 o litro nas bombas.
Os frequentes aumentos são autorizados pelo governo Bolsonaro que mantém os preços internos dos combustíveis atrelados ao preço internacional do barril de petróleo, que oscila à mercê da especulação e ao valor do dólar. Essa política do governo só beneficia os acionistas estrangeiros da Petrobrás e os grupos de importadores e é extremamente lesiva aos consumidores brasileiros. Ela foi responsável pelo caos no abastecimento que ocorreu no Brasil em 2018 e que levou à greve dos caminhoneiros.
O envio ao Congresso Nacional, por parte de Bolsonaro, de um projeto de lei tentando modificar a tributação do ICMS, além de afrontar o pacto federativo, já que só os Estados podem legislar sobre impostos estaduais, não passa de demagogia para ludibriar os caminhoneiros e jogar a culpa dos aumentos dos combustíveis nos governadores. Mesmo que fosse aprovada, essa lei não conteria os aumentos, já que não é o ICMS o responsável por eles, além de significar cortes de recursos da saúde, educação, e outros serviços dos estados.