A bajulação de Bolsonaro a Donald Trump, atual presidente dos EUA, acabou em fracasso para ele.
De acordo com a emissora norte-americana Bloomberg, o secretário de Estado dos EUA, Michael Pompeo, rejeitou um pedido de discussão sobre o aumento do grupo dos países mais ricos, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Numa carta de Pompeo para o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, em 28 de agosto, ele declara que o apoio de Washington é exclusivo às candidaturas da Argentina e Romênia.
Em entrevista a Claudio Dantas, de O Antagonista, Paulo Guedes confirmou o veto, dizendo que já havia sido informado pelos Estados Unidos de que o Brasil não seria indicado para a OCDE “nesta oportunidade”.
Guedes tentou disfarçar a humilhação e procurou amenizar o fracasso diante da quebra da promessa de Trump, que Bolsonaro, Ernesto Araújo (ministro das Relações Exteriores) e ele anunciaram com estardalhaço.
“Eles nos disseram que, por questão estratégica, não poderiam indicar o Brasil neste momento, mas não é uma rejeição no mérito. É uma questão de timing, porque há outros países na frente, como a Argentina”, alegou Guedes, chancelando mais uma conversa fiada de Trump para enrolar Bolsonaro e sua astuta equipe de governo.
O governo Bolsonaro chegou até a renunciar ao tratamento especial nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC), exigência dos EUA, em troca da promessa de uma vaga na OCDE.
Após a notícia do veto, o ex-governador Ciro Gomes (PDT-CE) escreveu no seu Twitter: “I love you…”. Ver “I love you”, sussurrou Bolsonaro para Trump
Assim que Jair Bolsonaro terminou seu discurso na abertura da 74ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no dia 24 de setembro, ele foi rapidamente conduzido por seus assessores à “sala GA-200”, para dar uma tietada em Trump, que se encontrava lá.
Segundo os diplomatas que presenciaram o encontro, Bolsonaro entrou na sala e assim que avistou Trump, disse para ele: “I love you”. Como resposta, Bolsonaro recebeu de Trump um: “Que bom te ver de novo”.
No início de agosto, Bolsonaro disse que estava “cada vez mais apaixonado por ele [Trump]”.
Esta frase foi dita após Donald Trump ter elogiado o filho dele, Eduardo Bolsonaro, o qual pretende indicar para a embaixada do Brasil em Washington.
Na linha da adulação a Trump, Bolsonaro já bateu continência para a bandeira dos EUA e para um funcionário do governo norte-americano em visita ao Brasil, o conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, John Bolton.
E outras demonstrações de servilismo e macaqueação, como fechar o acordo com os EUA para usarem a Base de Alcântara e aceitar a venda da Embraer para a norte-americana Boeing.
Além do mais, se não fosse a reação contrária, principalmente de militares, por pouco os Estados Unidos teriam instalado uma base militar norte-americana no país, mais precisamente na Amazônia.
Bolsonaro também disse que um dos objetivos para indicar seu filho ao cargo é viabilizar a exploração de minérios nas terras indígenas por empresas mineradoras dos EUA. Ele citou a reserva Ianomâmi e Raposa Terra do Sol como eventuais alvos de mineração de empresas “do primeiro mundo”.
“Terra riquíssima (reserva indígena Ianomâmi). Se junta com a Raposa Serra do Sol, é um absurdo o que temos de minerais ali. Estou procurando o ‘primeiro mundo’ para explorar essas áreas em parceria e agregando valor. Por isso, a minha aproximação com os Estados Unidos. Por isso, eu quero uma pessoa de confiança minha na embaixada dos EUA”, afirmou.
Relacionadas:
mais um pé na bunda… o que faltou???? Mais continência à bandeira americana ou “eu te amo” trump???