Bolsonaro afirmou, na terça-feira (18), que o ministro Paulo Guedes (Economia) “vai continuar conosco até o último dia”.
Os rumores sobre demissão do ministro tomaram conta de Brasília nos últimos dias.
Bolsonaro cancelou uma cerimônia com mais de 900 empresários para lançar o programa “Brasil Mais”, e se reunir às pressas e a portas fechadas com seu “superministro”. Ou o “Posto Ipiranga”.
O ministro passou as últimas semanas de forma turbulenta. Recebeu críticas e repreensões de todo o lado, após declarações discriminatórias e racistas. Não que Bolsonaro seja contra o racismo ou tenha piedade dos servidores. Paulo Guedes não falou nada que seu chefe não aprove. Mas a repulsa foi grande e as manifestações muito enfáticas.
Ele atacou os servidores públicos de todo o país chamando-os de “parasitas” e depois declarou que a alta do dólar é um bom negócio porque as empregadas domésticas estavam viajando muito para a Disneylândia.
Além do mais, a previsão do PIB (Produto Interno Bruto), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, de 2019, não é nada animadora. O BC (Banco Central) estima que o PIB de 2019 ficará em apenas 1,2%. Um pibinho. Isso após previsões altamente otimistas de 3% a 3,5% no início do ano.
Depois da reunião, durante a posse de Onyx Lorenzoni no Ministério da Cidadania e de Walter Braga Neto na Casa Civil, Bolsonaro discursou em defesa de Guedes.
“Se Paulo Guedes tem alguns problemas pontuais e sofre ataques, é muito mais pela sua competência do que por possíveis deslizes, que eu também já cometi muito no passado”, admitiu.
“O Paulo não pediu para sair, tenho certeza de que de que ele vai continuar conosco até o último dia. Ele não é militar, mas foi um jovem aluno do colégio militar de Belo Horizonte”, asseverou Bolsonaro.
O lançamento do Programa Brasil Mais estava agendado para acontecer na terça-feira (18), às 17h30. De última hora ele foi cancelado.
Mais de 900 convidados, que faziam uma enorme fila na entrada do Planalto, foram avisados que não haveria mais a cerimônia, sem nenhuma justificativa. Muitos empresários saíram irritados, reclamando que “parte do PIB” estava sendo dispensada.