O líder da bancada do PCdoB na Câmara, Daniel Almeida (BA), denunciou a tentativa do governo de comprar deputados, com a promessa de liberação de emendas parlamentares, para votarem na reforma da Previdência (PEC 6/2019).
“Ontem [segunda-feira], no Diário Oficial da União, foram publicadas 1.811 propostas no Ministério da Saúde liberando recursos para Municípios, que somam 990 milhões, 857 mil e 609 reais, ou seja, 1 bilhão de reais, para tentar comprar a reforma da Previdência”, afirmou o líder em discurso na Câmara, na terça-feira (9).
A promessa de liberação aconteceu nas vésperas da votação da reforma da Previdência. Em julho, o governo liberou o total de R$ 2,55 bilhões em emendas, segundo levantamento da ONG Contas Abertas.
O parlamentar condenou a reforma de Bolsonaro que tira dos pobres e mantém privilégios dos ruralistas. “Falam aqui que querem cortar, economizar, 1 trilhão de reais; mas tirando dos pobres. Não podem negar que tiram dos pobres para alimentar os ricos. Não se trata de cortar privilégios; se quisessem fazê-lo, não teriam mantido a isenção para a exportação do agronegócio. Ali, sim, é um privilégio”.
“Portanto, não podem falar em cortar privilégio”.
“Essa proposta [da Previdência] tira a pensão da dona de casa, tira a pensão do órfão e faz aquilo que é a maior crueldade: permite que um pensionista possa receber menos do que o salário mínimo, que já um salário pequeno”, denunciou.
“E mais: se alguém falecer em atividade, sem alcançar o tempo para a aposentadoria, este fato rebaixará ainda mais o valor da pensão, e ao pensionista pode restar 500 reais. Essa é a crueldade. E ainda há a crueldade com os professores e as professoras – e esse governo já revelou que tem algum problema com mulher e quer persegui-las”, completou.
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