Os filhos Flávio e Eduardo serão novamente condecorados por Jair Bolsonaro. Agora eles vão receber a medalha da Ordem do Mérito Naval, da Marinha.
Ambos foram contemplados com a Ordem Nacional de Rio Branco, a mais alta condecoração do Itamaraty, no dia 30 de abril, portanto, menos de um mês.
A Ordem do Mérito Naval premia os militares de destaque da Marinha e, excepcionalmente, “personalidades civis e militares que prestarem relevantes serviços à Marinha”. A medalha é entregue no dia 11 de junho, data da comemoração da Batalha de Naval do Riachuelo e data Magna da Marinha.
A informação foi publicada no Diário Oficial da União de terça-feira (21).
Receberão ainda a condecoração 15 ministros, 7 governadores, outros 14 deputados e mais 2 senadores, além de outras personalidades, totalizando 53 nomes.
Dos 15 ministros, dez também já foram homenageados com a Ordem de Rio Branco. Desta vez, não foi incluído o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, alvo de investigação da Polícia Federal pelas candidaturas laranjas em Minas Gerais.
Na Ordem de Rio Branco, Bolsonaro condecorou também o seu guru, Olavo de Carvalho, que tem atacado militares fora e dentro do governo.
Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) é deputado federal já no seu segundo mandato. Flávio Bolsonaro (PSL) foi eleito senador pelo Rio de Janeiro e antes era deputado estadual.
Flávio é alvo de investigação por movimentações financeiras suspeitas, apontadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O mesmo acontece com seu ex-motorista e ex-assessor Fabrício Queiroz que movimentou R$ 7 milhões em três anos, incompatíveis com sua renda.
Na semana passada a Justiça do Rio aceitou o pedido para quebrar os sigilos de Flávio Bolsonaro e de Queiroz.
Nesta semana, a Receita Federal decidiu criar uma equipe especial para investigar as declarações fiscais do senador, do ex-assessor dele, Fabrício Queiroz, e de mais 93 pessoas que tiveram seus sigilos bancário e fiscal quebrados por ordem da 27ª Vara Criminal do Rio.
A investigação mostra que Fabrício Queiroz recolhia parte dos salários dos funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro. Na movimentação financeira, o Coaf apontou também um depósito de Queiroz na conta da primeira-dama Michele Bolsonaro no valor de R$ 24 mil, através de cheque. Segundo Bolsonaro, o dinheiro era pagamento de um empréstimo que fez a Queiroz – ao todo, segundo Bolsonaro, R$ 40 mil foram depositados na conta de sua esposa.
Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, há indícios de uma organização criminosa formada por dezenas de integrantes do gabinete de Flávio Bolsonaro e outros assessores nomeados por ele na Alerj, com clara divisão de tarefas, que agia dentro do gabinete do então deputado e hoje senador do PSL, Flávio Bolsonaro, desde 2007.
Queiroz está há alguns meses desaparecido, desde uma cirurgia realizada em São Paulo, no mês de janeiro.
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