
“Eu fiz uma nota, acho que eu te mandei. Tá certo? Com quatro pequenos parágrafos, boa, elogiando o Trump. Peço que você me oriente também como proceder”, disse o traíra ao advogado de Trump
Enquanto o governo do presidente Lula se esforça para minimizar os efeitos trágicos da chantagem tarifária de Donald Trump contra o Brasil – com a liberação de créditos públicos, adiamento de impostos, injeção de recursos do Tesouro e compras pelo governo de produtos que seriam exportados – a família Bolsonaro segue conspirando intensamente nos Estados Unidos contra a economia nacional.
Esta semana o país descobriu estarrecido que em pleno ataque tarifário da Casa Branca aos exportadores brasileiros, Jair Bolsonaro se comunicava furtivamente com o advogado de Trump. E, no meio dos ataques, Bolsonaro elogiava o chefe da Casa Branca pelas sanções aos produtos brasileiros. A Polícia Federal descobriu uma mensagem de Bolsonaro, dirigida ao advogado Martin De Luca, membro da corriola íntima de Trump, com elogios rasgados ao bufão da Casa Branca. O traíra aplaudiu e defendeu o ataque dos EUA ao Brasil justificando que a “questão da liberdade tá muito acima da questão econômica”.
Ou seja, que se dane o Brasil e os brasileiros. Que se danem as empresas e os empregos no Brasil. A única coisa que interessa ao golpista é que ele se livre da Justiça e da cadeia. O servilismo de Bolsonaro é tamanho que ele pediu que De Luca o guiasse sobre o que postar nas redes sociais. “Martin, peço que você me oriente também, me desculpa aqui tá, minha modéstia, como proceder. Eu fiz uma nota, acho que eu te mandei. Tá certo? Com quatro pequenos parágrafos, boa, elogiando o Trump, falando que a questão de liberdade tá muito acima da questão econômica”, disse Bolsonaro na mensagem a De Luca.
E o bajulador prosseguiu. “A perseguição a meu nome também, coisa que me sinto muito… pô fiquei muito feliz com o Trump, muita gratidão a ele. Me orienta uma nota pequena da tua parte, que eu possa fazer aqui, botar nas minhas mídias, pra chegar a vocês de volta aí. Obrigado aí. Valeu, Martin”, escreveu o réu golpista.
A descoberta pela Polícia Federal dessas mensagens revela um escandaloso crime de traição à Pátria por parte de Jair Bolsonaro. Um país estrangeiro atacando a economia do Brasil, sancionando juízes e funcionários públicos brasileiros e o chefe da tentativa de golpe conchavando às escondidas com os agressores.
E não foi só ele. Seu filho, Eduardo, o “zero três”, também se envolveu diretamente na conspiração. Ele se complicou ainda mais com as descobertas da PF. O “03” já estava sendo investigado por estar nos Estados Unidos em atividades de sabotagem contra o Brasil. Agora, as novas mensagens mostram crimes ainda mais graves. Elas mostram que Eduardo Bolsonaro se empenhou intensamente para piorar as sanções contra o Brasil. Mostram também que ele intensificou a chantagem sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) afirmando que a Casa Branca só deixaria de sancionar o Brasil se Bolsonaro conseguisse a impunidade.
“Se a anistia light passar, a última ajuda vinda dos EUA terá sido o post do Trump. Eles não irão mais ajudar. (…) Temos que decidir entre ajudar o Brasil, brecar o STF e resgatar a democracia OU enviar o pessoal que esteve num protesto que evoluiu para uma baderna para casa num semiaberto”, escreveu Eduardo Bolsonaro ao pai. A “anistia light” seria aquela que beneficiasse a turba em detrimento de Bolsonaro, o que, segundo o “03”, interromperia a ajuda de Trump, portanto, a decisão, deveria ser no sentido de salvar o chefe do clã e jogar os seus devotos aos leões.
As mensagens obtidas nos últimos dias pela Policia Federal são esclarecedoras de que o Brasil, além de estar sendo atacado por Trump por um lado, está também assistindo a colaboração criminosa dos traidores da família Bolsonaro, por outro.
Eduardo Bolsonaro, um bajulador contumaz de Trump, largou o seu mandato de deputado federal por São Paulo e foi morar com a família nos EUA para melhor trabalhar contra o Brasil. Ele está nos EUA há meses orientando o que o governo americano deve fazer para prejudicar o país. Ele aponta quais ministros sancionar, como prejudicar a economia do Brasil, etc. Ou seja, eles estão cometendo crime de traição à Pátria e associação com país estrangeiro para atingir a economia do país.
Se por ventura houvesse alguma dúvida sobre a condenação de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe no julgamento que se inicia em 2 de setembro, os últimos acontecimentos só agravam a situação dos réus.
Além de tentar suprimir pela violência a democracia brasileira, o clã Bolsonaro seguiu atacando o país. Desta vez o crime que está sendo revelado é a de associação com país estrangeiro para agredir o Brasil e prejudicar sua economia. Portanto, ao crime de tentativa de golpe de Estado, se associa agora, o crime de traição à Pátria. Uma ação a serviço de um país agressor. As penas deverão ser ainda mais rígidas.
SÉRGIO CRUZ