O “tchutchuca do Centrão” prefere irrigar as negociatas com dinheiro público a investir na saúde da população
Jair Bolsonaro (PL) enviou a proposta de Orçamento para 2023 com uma previsão de corte de 42% nas verbas discricionárias do Ministério da Saúde, usadas na compra de materiais, equipamentos e para investimentos. Ao mesmo tempo em que corta da Saúde Pública, que é responsável pela saúde de milhões de pessoas, serão destinados R$ 19 bilhões para a roubalheira do “Orçamento Secreto”.
No próximo ano, a Saúde terá direito a R$ 20,3 bilhões para despesas não obrigatórias, conforme proposta divulgada pelo Ministério da Economia nesta quarta-feira (31). Desse montante previsto para o ano que vem, R$ 10,42 bilhões estão numa reserva de emendas de relator. Em sua política de barganhar apoio político usando verbas da Saúde em troca de benefícios a quem aderir ao seu grupo, acaba trazendo muitos prejuízos a um setor que foi fundamental para o país na pandemia e que continua sendo.
O valor real que será destinado com certeza ao Ministério da Saúde em 2023 será R$ 9,84 bilhões, o que representa uma queda de 42,2% em relação aos R$ 17 bilhões programados para 2022. Isto causa um grande prejuízo ao planejamento da pasta, já que não necessariamente as emendas parlamentares irão para a Saúde e, se forem, não está garantido que estejam dentro das prioridades do setor.
A explicação do Ministério da Economia é que a distribuição das emendas de relator entre os órgãos busca promover maior alinhamento entre a indicação desses recursos e as políticas públicas tocadas pelo Executivo. Sofreram reduções significativas também os ministérios de Minas e Energia (-35%), Comunicações (-30,8%), Economia (-28,3%), Turismo (-25,3%) e Ciência e Tecnologia (-20,9%).
Lula, candidato que lidera as pesquisas eleitorais, tem denunciado a bandalheira com o dinheiro público. “O ‘orçamento secreto’ é a maior bandidagem já feita em 200 anos de república. Vamos ter que discutir [isso] com o Congresso. Quem administra o orçamento é o governo. O Congresso legisla e o Judiciário julga. Uma das nossas tarefas, minha e do Alckmin, é colocar ordem na casa”, afirmou.
O ex-governador do Ceará e candidato à Presidência, Ciro Gomes (PDT), por sua vez, disse que o governo de Jair Bolsonaro, que tem piorado a vida das famílias brasileiras, funciona com base na corrupção e no orçamento secreto. “Você se esfola de trabalhar e produzir para pagar imposto, e R$ 4,8 trilhões é orçamento da República. Sobra sabe quanto, depois da farra de juros, de banqueiro e etc.? R$ 25 bilhões. O Bolsonaro entregou R$ 19 bilhões desses R$ 25 bi para a turma roubar”, denunciou Ciro Gomes.
A senadora e pré-candidata à Presidência, Simone Tebet (MDB-MS), também criticou o orçamento secreto. Ela afirmou que o Brasil tem dinheiro para a Saúde, mas o governo Bolsonaro prefere enviar para o “orçamento secreto” e “currais eleitorais” governistas para ganhar votos. “O que está faltando de recursos na área da saúde está sobrando em forma de orçamento secreto, de recursos que são levados para currais eleitorais. É preciso repensar o orçamento colocando aquilo que é prioritário”, disse Tebet.
O que é o orçamento secreto? Quem defini o orçamento é o parlamento ou BOLSONARO?
A MAMATA ACABOU e o choro é livre.
Se você, a essa altura dos acontecimentos, não sabe o que é “orçamento secreto”, é porque não quer saber. Portanto, não adianta explicar. Tanto assim que considera que aplicar verbas na saúde da população, ao invés de desviá-las, é “mamata”. Por essa lógica, a melhor aplicação do dinheiro público seria o roubo – e não apenas através das “rachadinhas”.