Jair Bolsonaro não conseguiu fazer o seu churrasco da morte, que ele havia anunciado para este sábado (09), no Palácio da Alvorada. Ele anunciou sua “festinha” no mesmo dia em que o Brasil se chocava com 750 mortes em 24 horas e chegava perto dos 10 mil óbitos por Covid-19.
“Vou fazer churrasco sábado aqui em casa. Vamos bater um papo, quem sabe uma peladinha. Devem ser uns 30 (convidados). Não vai ter bebida. Vai ter vaquinha, R$ 70,00”, disse ele, na sexta-feira (8).
O anúncio gerou revolta em todo o Brasil. Uma afronta a todas as normas de saúde pública. Uma atitude altamente deseducativa para a população. Alguns chegaram a considerar a intenção como um crime, como foi o caso dos membros do MBL, que entraram na Justiça para barrar o sinistro evento.
O jornalista Lauro Jardim, de “O Globo”, afirmou que o anúncio era tão estapafúrdio que não passava de uma “provocação”. Mais do que uma afronta às autoridades de saúde, a ideia de Bolsonaro é uma ofensa a todas as famílias que perderam seus entes queridos nos últimos dias para o coronavírus.
Sabendo que sua milícia tresloucada pretende fazer provocações contra o Congresso Nacional e o Supremo neste fim de semana, ele deu a senha para onde quer que e horda vá nestes dias.
“Está todo mundo convidado aqui, 800 pessoas no churrasco. Tem mais um pessoal de Águas Lindas. Tem umas 900 pessoas para o churrasco amanhã”, disse. “Tem 1.300 convidados. Quem estiver amanhã aqui a gente coloca para dentro. Vai dar mais ou menos 3.000 pessoas no churrasco amanhã”, acrescentou.
Diante da grande repercussão negativa que teve a ideia de fazer a “comemoração” no dia em que o Brasil atinge 10 mil mortes pelo coronavírus, Bolsonaro foi obrigado a abortar sua festinha. Fez isso indo a uma rede social atacar a imprensa e dizer que era mentira o que ele mesmo havia dito. Na publicação, consta também um vídeo em que o presidente fala do churrasco.
“Alguns jornalistas idiotas criticaram o churrasco FAKE, mas o MBL se superou, entrou com AÇÃO NA JUSTIÇA”, escreveu o presidente da República, fazendo menção ao Movimento Brasil Livre, que, na sexta-feira, protocolou uma ação na Justiça de Brasília para tentar impedir o churrasco.
O MBL pedia na ação que, caso realizasse o churrasco, Bolsonaro fosse multado em R$ 100 mil, valor que, caso ele viesse a pagar por ter decidido realizar o evento de qualquer forma, deveria ser revertido em ações de combate ao coronavírus.