Ele falou neste sábado (07), em Boa Vista (RR), para uma plateia de militares. Convocou o ato do dia 15 e, para não deixar dúvidas, postou o vídeo do discurso em suas redes sociais
Em discurso feito em Boa Vista (RR), neste sábado (07), Jair Bolsonaro convocou seus seguidores a participar das manifestações marcadas para o dia 15 de março contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.
Antes ele havia negado que estivesse convocando a manifestação. Chegou até a acusar a jornalista Vera Magalhães, do Estadão, de estar mentindo quando ela revelou a participação do presidente na convocação do movimento contra as instituições democráticas.
Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, que já havia acusado o Congresso Nacional de chantagear o governo, discursou em seguida e atacou os políticos. Ele reforçou a convocação de Bolsonaro.
“Nós estamos diante de uma realidade inevitável. O presidente Jair Bolsonaro fará um novo Brasil. Está dando certo. Ele tem encontrado uma resistência muito grande, porque a rede de corrupção que se criou neste país está sendo desbaratada por esse governo. Tem prejudicado planos espúrios de muita gente”, disse Heleno.
Bolsonaro falou para uma plateia formada em sua maioria por militares e chamou-os para o ato que segundo ele, “não é contra ninguém”.
“Dia 15 agora, num movimento de rua espontâneo. E o político que tem medo de movimento de rua não serve para ser político. Então participem. Não é um movimento contra o Congresso, contra o Judiciário. É um movimento pró-Brasil. É um movimento que quer mostrar para todos nós, presidente, poder Executivo, Legislativo, Judiciário, que quem dá o norte para o Brasil é a população”, afirmou.
Os ataques ao Congresso Nacional e ao STF começaram depois que Augusto Heleno, numa conversa privada com os ministros Paulo Guedes (Economia) e Luiz Eduardo Ramos (Governo), a respeito do orçamento impositivo, disse: “nós não podemos aceitar esses caras chantagearem a gente o tempo todo”. Foda-se”, disse ele.
A partir daí, mesmo o Legislativo tendo mantido os vetos do governo ao orçamento impositivo, a milícia digital bolsonarista começou a atacar os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e David Alcolumbre respectivamente e a convocar o ato do dia 15 de março. Mensagens ofensivas aos dois políticos a ao STF começaram a tomar conta das redes sociais.
O general Alberto Santos Cruz, ex-ministro do governo, criticou a convocação da manifestação e afirmou que um dos cartazes usando militares fardados para o chamamento era uma “montagem irresponsável”.
O general Roberto Peternelli, deputado federal pelo PSL-SP, também criticou o uso de sua imagem no cartaz de convocação do ato que quer fechar o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).
“As Forças Armadas pertencem ao Estado e não são partidárias. Ninguém me pediu para usar minha imagem”, disse o general em entrevista ao portal Terra. Ele alertou o presidente que a palavra de ordem “Fora Maia e Alcolumbre!” “é imprópria”. “Esse tipo de manifestação não é bom para nenhum lado”, destacou.