Bolsonaro deu licença para desmatar, denunciam deputados

Deputados do PCdoB, Alice Portugal (BA), Jandira Feghali (RJ), líder da Minoria, e Daniel Almeida (BA), líder da bancada do partido na Câmara. Fotos: Richard Silva - PCdoB na Câmara -Fotomontagem

O líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), criticou em plenário, na terça-feira (27), a política ambiental de Jair Bolsonaro, que levou o país a uma crise de repercussão internacional devido ao aumento das queimadas e o desmatamento acelerado na Amazônia.

Para o parlamentar, “é impossível negar que grande parte da responsabilidade pela crise ambiental decorre das políticas adotadas pelo governo Bolsonaro”. O líder do PCdoB considerou “desastrosa” a postura do governo frente ao avanço dos ataques ao meio ambiente na Amazônia Legal registrado por órgãos de fiscalização.

“Ao falar da questão ambiental, da Amazônia, a palavra [de Bolsonaro] é de estímulo à destruição. Não fez nenhuma ação que não fosse no sentido de estimular a destruição da Amazônia. Desmontou a área de fiscalização, perseguiu aqueles que levantavam dados objetivos, reais, do mundo científico”, afirmou.

Daniel Almeida avaliou que, frente à sinalização do governo no sentido de abrandar a legislação ambiental, a leitura feita pelos desmatadores só poderia ser de que “estavam liberados para destruir, desmatar, queimar a Amazônia”.

O parlamentar também criticou a narrativa do governo, que tenta justificar o tom agressivo adotado ante as reações internacionais como suposta defesa da soberania.

“A Amazônia jamais será internacionalizada. A Amazônia é dos brasileiros, que saberão cuidar da sua preservação. Essa é uma soberania que o povo brasileiro não abrirá mão e não adianta Bolsonaro tentar fazer esse tipo de bravata agora. Ela não tem credibilidade, não adianta, não cola na realidade”, frisou.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) também usou a tribuna para cobrar punição exemplar à escalada de crimes ambientais cometidos na região. “O mundo está com os olhos virados para o Brasil”, alertou.

Ela lembrou que houve denúncias de que um grupo de pessoas até organizou uma ação, batizada de “Dia do Fogo”, que provocou o recorde de queimadas em Novo Progresso e Altamira, no Pará, em 10 de agosto.

“O governo Bolsonaro, de maneira absurda, estimulou as queimadas. E é preciso que se investigue o crime ambiental cometido e que se identifique também os responsáveis pelo ‘Dia do Fogo’, divulgado nas redes sociais”, cobrou a parlamentar.

Para a líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), enquanto Bolsonaro faz esse “discurso falso” de soberania, vai entregando o patrimônio brasileiro. “A responsabilidade pelo que acontece hoje na Amazônia é do presidente da República e do seu governo”, disse.

“Esse presidente não tem autoridade para falar em soberania. Ele, inclusive, está mudando o discurso. Diz que não tinha jeito, não tinha como resolver o problema por falta de recursos, o que é uma deslavada mentira. Ele está asfixiando os recursos fundamentais deste país, para colocar em prioridades que são suas, que não são as prioridades do povo brasileiro”, afirmou.

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