Jair Bolsonaro discursou neste domingo (19) para um grupo de manifestantes pró-ditadura em frente ao Quartel General do Exército. O grupo, que tinha realizado uma carreata pelo plano piloto, gritava pela instalação do AI-5 e pelo fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Insuflando o golpismo, Bolsonaro respondeu: “Nós não queremos negociar nada”.
Do alto de uma caminhonete, Bolsonaro acenava para o grupo de golpistas e estimulava a manifestação contra as instituições democráticas.
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Bolsonaro voltou a criticar o que chamou de “velha política”. O discurso foi transmitido ao vivo pelas redes sociais do próprio presidente. “Todos no Brasil têm que entender que estão submissos à vontade do povo brasileiro”, disse ele, antes de começar a tossir bastante. “Chega da velha política”.
Os manifestantes, em número reduzido, gritavam raivosamente contra o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Rodrigo Maia (Dem-RJ), porque este está pressionando, junto com os governadores e prefeitos, para que governo federal libere os recursos emergenciais.
Estados e municípios precisam de recursos emergenciais para fazer frente à epidemia que já matou mais de 2,3 mil brasileiros. O grupo que pede o fechamento do Congresso e do STF gritava também contra João Dória e a Rede Globo. Segundo eles, os dois seriam “comunistas”.
“Nós não queremos negociar nada. Nós queremos é ação pelo Brasil. O que tinha de velho ficou para trás. Nós temos um novo Brasil pela frente. Todos, sem exceção, têm que ser patriotas e acreditar e fazer a sua parte para que nós possamos colocar o Brasil no lugar de destaque que ele merece. Acabou a época da patifaria. É agora o povo no poder”, afirmou.
“Todos no Brasil têm que entender que estão submissos à vontade do povo brasileiro. Tenho certeza, todos nós juramos um dia dar a vida pela pátria. E vamos fazer o que for possível para mudar o destino do Brasil. Chega da velha política”, afirmou. Bolsonaro afirmou aos manifestantes que podem contar com ele “para fazer tudo aquilo que for necessário para que nós possamos manter a nossa democracia e garantir aquilo que há de mais sagrado entre nós, que é a nossa liberdade”.
A aglomeração reuniu dezenas de simpatizantes para ouvir o presidente, contrariando as orientações dadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde para evitar a propagação do coronavírus. Foi a maior aglomeração provocada por Bolsonaro desde o início da adoção de medidas contra a pandemia no Brasil. Ele te estimulado carreatas em algumas capitais para forçar a volta ao trabalho. Na semana passada Bolsonaro demitiu o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, porque esta não cedeu à sua política de colocar fim às medidas de proteção à população.
Vergonhoso e revoltante!… Bolsonaro age sempre com irresponsabilidade e incoerencia! Diante do caos na saúde, em plena pandemia, um presidente que ignora tudo isso só pode ser considerado um genocida, infelizmente!