E defendeu o governo dos EUA por algemar os brasileiros deportados nos braços e nas pernas
Jair Bolsonaro afirmou no domingo (26), na Índia, que “jamais” intercederia junto ao presidente dos EUA, Donald Trump, para que os brasileiros deportados por terem entrado ilegalmente naquele país tenham tratamento digno.
Um grupo de 70 brasileiros deportados, que saiu sábado (25) da cidade de El Paso, no Texas, seguiu em voo fretado pelo governo norte-americano com algemas nos braços e nas pernas até o aeroporto de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Indagado se não poderia aproveitar o que ele chama de bom relacionamento com o presidente americano, para questionar o tratamento dispensado aos brasileiros, Bolsonaro afirmou: “Jamais pediria. Você acha que vou pedir isso pra ele, pedir para descumprir a lei dele?”.
Questionado sobre a necessidade de colocar algemas nos pés e nas mãos dos imigrantes, o presidente respondeu: “Tenha santa paciência, a lei americana diz isso, é só você não ir para os Estados Unidos de forma ilegal”.
Mais cedo, ao responder sobre eventual uso de algemas em deportados, Bolsonaro havia dito que o governo brasileiro não utilizaria esse expediente. Mas ressalvou que as leis do governo americano têm de ser respeitadas.
Ele reafirmou seu capachismo a Trump, assinalando que gostaria que a lei brasileira fosse parecida com a americana e fosse cumprida. “Qual país está dando certo, o Brasil ou os EUA?”, repetiu duas vezes.
O Brasil não autorizava o uso de voos fretados para proceder à deportação de brasileiros desde 2006. O Itamaraty alterou a política depois de uma CPI naquele ano, que investigou os abusos cometidos por autoridades americanas. Agora Bolsonaro justifica a expulsão dizendo que é um direito de Trump fazer isso.
O governo dos EUA quer aumentar o número de voos particulares para deportar brasileiros que tentam entrar no país através da divisa com o México.
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