“Falam em interferência minha. Ninguém vai interferir”, declarou
Com os caminhoneiros ameaçando outra greve após o diesel ter acumulado alta de 27,72% em dois meses, Bolsonaro voltou a fazer declarações demagógicas na segunda-feira (22) ao criticar a atual gestão da Petrobrás sem propor qualquer alteração na política de preços.
Às vésperas da reunião do Conselho da companhia que vai decidir sobre a indicação do general Joaquim Silva e Luna à presidência da estatal no lugar do atual presidente Roberto Castello Branco, Bolsonaro disse que “descobriu”, após 11 meses, o caos que está causando no país os aumentos quase que diários nos preços dos combustíveis nas refinarias com aval dele.
“O atual presidente da Petrobrás está há 11 meses em casa. Sem trabalhar, né? Trabalha de forma remota. Agora, o chefe tem que estar na frente, bem como seus diretores”, disse Bolsonaro para plateia de apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
“Descobri isso há poucas semanas. Imagine eu, presidente, em casa e com medo de Covid, ficando o tempo todo aqui no Alvorada?”, questionou.
Jair Bolsonaro afirmou que Castello Branco “não será reconduzido” e deixou bem claro, inclusive, que não irá interferir na política de preços. Ou seja, a troca de presidente e suas “exigências de transparência de seus subordinados” não mudará nada.
“Falam em interferência minha. Ninguém vai interferir”, declarou. “Baixou o preço do combustível? Foi anunciado 15% no diesel, 10% na gasolina. Baixou o porcentual? Não está valendo o mesmo porcentual? Como que houve interferência? O que eu quero da Petrobrás, exijo, é transparência e previsibilidade”.
O general Silva e Luna, após a indicação, afirmou que não pretende mudar a política de preços e que seu papel será “equilibrar as atenções” entre os acionistas estrangeiros, investidores e a sociedade. Isso significa manter os preços internos dos combustíveis atrelados aos preços internacionais do barril de petróleo e às oscilações do dólar, responsáveis pelas altas frequentes dos combustíveis do Brasil.