“Não vou entrar em detalhes, mas o Estado foi muito inchado”, apontou ele a apoiadores no cercadinho do Alvorada
O Brasil acaba de ser apontado pelo relatório “Education at a Glance 2021”, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), como o país que paga o menor salário de professor nos anos finais do ensino fundamental entre os quarenta países que fazem parte da organização. No entanto, Bolsonaro acha que o grande problema do país é o “excesso de professores”.
Foi isso o que ele disse a apoiadores nesta quinta-feira (16), no cercadinho do Palácio do Alvorada. “Não vou entrar em detalhes, mas o Estado foi muito inchado”, apontou, referindo-se a um concurso feito, , segundo ele, no governo Dilma e que teria contratado 100 mil pessoas na área de educação. “Não estou dizendo que não precisa de professor, mas o excesso atrapalha”, afirmou. Em suma, o que estaria atrapalhando a educação brasileira é o excesso de professores.
Que o governo Bolsonaro não gosta de educação e tem desprezo pela cultura já era de domínio público, o seu ódio a professores também já é conhecido de todos, mas o que ele demonstrou nesta quinta-feira foi uma ignorância e um desconhecimento impressionante das estatísticas básicas do sistema educacional brasileiro.
Aliás, se depender deste governo retrógrado, todo o sistema de educação do país seria abolido em prol da “educação domiciliar”, sistema comum na era medieval.
Não há nenhum excesso de professores no Brasil. Do total de 2,2 milhões de professores do ensino básico do país, 1,7 milhão estão na rede pública, segundo o Censo Educacional de 2020. Do total de 47,3 milhões de matrículas no nível básico, cerca de 579 mil matrículas a menos em comparação com 2019, devido pandemia, a rede pública atende a uma população de 38,7 milhões de alunos.
O Brasil possui um dos maiores números de alunos por sala de aula no ensino médio entre mais de 60 países analisados no estudo Políticas Eficazes para Professores: Compreensões do PISA, publicado também pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Ou seja, há muito o que melhorar na área educacional do país, a começar por melhorar os salários, o pior entre os países da OCDE, e melhorar muito a qualidade de nossas escolas e, principalmente, a redução do número de alunos por sala de aula. E isso só se faz com mais professores. Mas, se depender de Bolsonaro, ele demite os professores.
Na conversa do cercadinho, Bolsonaro afirmou também que não existem mais “livros que os pais não gostariam que os filhos tomassem conhecimento na escola”. Ele disse ainda que isso “não é pouca coisa, não”.
Ou seja, Bolsonaro informou a seus apoiadores – e ao país – que seu governo reacionário está implantando a censura de livros nas escolas pública do país. Que livros o governo Bolsonaro acha que os pais vão querer que seus filhos leiam? Se depender dele, Mein Kampf certamente estará na lista a ser oferecido e, com certeza, a Evolução das Espécies, de Charles Darwin, será um dos queimados na fogueira da inquisição bolsonarista.
a tragédia do Brasil se chama bolsonaro(genocida), que junto com sua corja de anarquistas arrebentam com o País.