“Estou com mofo no pulmão”, disse ele, depois de defender a cloroquina e a vacina da multinacional Astra Zeneca. Ele aproveitou para atacar o Instituto Butantan, de São Paulo, que desenvolve uma vacina em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Life Science
Jair Bolsonaro afirmou, durante uma transmissão ao vivo na noite de quinta-feira (31), que estava meio cansado e com sinais de infecção. Depois ele informou seus seguidores que agora já está tomando antibióticos após a equipe médica dele detectar uma infecção com fungos. Ele disse que está com “mofo no pulmão”.
Pouco antes, ainda na mesma live, Bolsonaro disse que a vacina de Oxford “é um espetáculo”. “Tenho certeza que será um sucesso. Não é aquela vacina do outro país não. É a de Oxford”, destacou ele, defendendo a vacina inglesa e atacando a vacina desenvolvida numa parceria do Instituto Butantan, de São Paulo, com a empresa farmacêutica chinesa Sinovac Life Science.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu a fala do presidente sobre a vacina chinesa que está sendo testada pelo Instituto Butantã.
“Nós não tratamos o tema da vacina sobre o prisma ideológico. Nem poderia. Nós estamos cuidando da ciência e da proteção da vida das pessoas, e não de análise política e de regime político ou ideológico. Lamento que o presidente Bolsonaro tenha feito um comentário dessa natureza”, disse Doria.
As vacinas do Butantan/Sinovac não terão custos para o Brasil. Já a vacina da multinacional Astra Zeneca/Oxford, defendida por Bolsonaro, já consumiu US$ 140 milhões dos cofres públicos e o país ainda terá que comprar as 100 milhões de doses que foram prometidas para a população brasileira. O custo será de US$ 2 por cada dose da vacina.
O presidente voltou a defender a cloroquina para o tratamento da Covid-19. Disse que tomou a cloroquina num dia e, no dia seguinte, já estava melhor. Ele lembrou que vários médicos brasileiros recomendam esse tratamento. Só não deu o nome de nenhum. Sua defesa insistente da cloroquina segue os mesmos passos de seu guru, Donald Trump, que também diz que a droga é milagrosa.
O presidente americano teceu nesta semana elogios a uma médica defensora da cloroquina. Seu nome é Stella Immanuel, de Houston. Conforme a médica, o medicamento provoca uma cura miraculosa da Covid-19, sendo tão poderoso que dispensa máscara e distanciamento social.
Quando viu aquilo, Trump encheu a bola da médica. Compartilhou a fala dela, disse que era mais uma prova de que a cloroquina funciona. Se Bolsonaro tivesse visto, certamente também compartilharia.
De repente, a decepção de Trump. Surge um novo vídeo da Dra. Stella Immanuel bombando na internet.
Ela aparece dizendo: “há pessoas que governaram esta nação que nem sequer são humanas”, disse ela, acrescentando que são “espíritos reptilianos” que são “metade humanos, metade extraterrestres”.
No mesmo vídeo, ela condena o uso de “DNA alienígena” para o tratamento de pessoas enfermas, o que, teria levado os seres humanos a se misturar com demônios.
Diante do vexame, Trump rapidamente apagou os posts elogiando a médica e disse que não a conhecia. A mulher, pelo jeito, deve ser mais uma terraplanista.