
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), relator do projeto de lei (PL) de Combate às Fake News, rebateu críticas e disse que “quem mais ataca o PL é Bolsonaro e as multinacionais da internet que não querem regras”.
Nas redes sociais, um internauta acusou Orlando de ter cedido ao lobby da TV Globo e abandonado a questão do combate às fake news no projeto.
Orlando respondeu que “esse PL não é meu, é do Senado, sou relator numa construção da Oposição” e que “em mais de 30 anos de política sempre estive do mesmo lado!”.
“Quem mais ataca meu trabalho é Bolsonaro e sua base. E as multinacionais da internet que não querem regras”, continuou.
A crítica ao PL foi feita simplesmente porque o texto prevê uma remuneração para os produtores de conteúdos jornalísticos que são veiculados em plataformas como o Google.
A concepção de Orlando Silva é de que as fake news devem ser contrapostas por jornalismo profissional. Por isso, inseriu o trecho que garante a “valorização do jornalismo nacional, regional, local e independente”.
O Projeto de Lei também cria um tipo penal para quem financia, produz e distribui fake news e estabelece mecanismos de controle das redes sociais, como o Comitê Gestor da Internet.
O requerimento de urgência do PL 2.630/20 foi rejeitado na Câmara dos Deputados.
LIVE
Na live da quinta-feira (7), Jair Bolsonaro atacou Orlando Silva e o projeto elaborado para inibir os crimes, mentiras e campanhas de ódio praticados na internet.
Bolsonaro é contra o projeto porque cometeu esses crimes na campanha eleitoral de 2018 e pretende cometê-los novamente este ano.
Ele e suas milícias digitais são especializados em disseminar mentiras e propagar o ódio pelas redes sociais.
Além de atacar o deputado por ser relator do projeto de fake news, Bolsonaro se incomodou por orlando cobrar explicações dele sobre o áudio que veio a público e que está em poder da Polícia Civil do Rio de Janeiro, mostrando a irmã do miliciano Adriano da Nóbrega, de nome Daniela, em conversa com sua tia, afirmando que a morte de seu irmão, que era chefe da milícia de Rio das Pedras e do Escritório do Crime, tinha sido decidida dentro do Palácio do Planalto.
Bolsonaro disse que a cobrança do deputado era uma fake news. Só que o áudio é real, é uma prova, que está em mãos da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
A gravação foi obtida legalmente com autorização da Justiça, no âmbito da Operação Gárgula, que investiga o esquema de lavagem de dinheiro e a estrutura de fuga de Adriano.
Na live, Bolsonaro diz mais ainda.
Segundo Orlando, ele se entregou ao relacionar Adriano da Nóbrega ao assassinato da vereadora Marielle Franco. “Alguém me aponte um motivo que eu poderia ter para matar a Marielle Franco?”, questiona Bolsonaro na live ao se referir à cobrança de Orlando Silva por explicações do áudio da irmã de Adriano.
“URGENTE! BOLSONARO SE ENTREGA EM ATO FALHO! O próprio Bolsonaro se colocou na cena do crime. Eu não relacionei os áudios sobre o assassinato do PM Adriano Nóbrega com a Marielle. Mas peixe morre pela boca, né? O capitão engoliu a chumbada!”, escreveu Orlando em resposta.
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