“Produtos somem das prateleiras e ressurgem com aumentos de até 300%”
O ex-deputado federal e ex-vereador pelo PCdoB de São Paulo, Jamil Murad, que é médico, avaliou neste domingo (15), em entrevista ao HP, que é muito grave o comportamento do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia do coronavírus e seus reflexos no Brasil.
“Este é um momento em que o chefe da nação deveria se comportar como um Estadista, liderar o país e colocar o poder público para tomar as medidas necessárias ao enfrentamento dos problemas que esta epidemia está causando e vai causar ao nosso povo. Mas não é isso o que estamos vendo. Nem as orientações do Ministério da Saúde, ele está seguindo”, afirmou Jamil.
Ele lembrou que a restrição de reuniões, de transporte público e de funcionamento de empresas e de outras atividades culturais e esportivas causam muitos transtornos, principalmente para a população mais pobre. Segundo Jamil, “há um grande número de pessoas muito pobres no país, desempregados, microempreendedores, moradores de comunidades desassistidas, e até moradores de rua, que não têm como agir num momento crítico como este sem o apoio do poder público”.
“É claro que o chefe da nação deveria estar concentrado no enfrentamento deste problema que tanto mal vai trazer para a população, mas não é com isso que Bolsonaro está preocupado neste momento”, observou o ex-deputado.
“Os trabalhadores estão sendo orientados a ficarem em casa, mas o governo não diz nada sobre os salários, sobre a garantia dos empregos”, questionou Jamil. “Não se poderá seguir as orientações do MS sem saber sobre essas questões. São prejuízos e problemas que a epidemia traz a todos e que devem ser enfrentados pelas autoridades”, prosseguiu.
“E é num momento como este que nós vemos de forma ainda mais clara o mal que causa ao país um presidente com as ideias retrógradas do Bolsonaro”, afirmou o dirigente do PCdoB.
“Fala-se em higienização da mãos, em uso de álcool-gel, lenços descartáveis, etc, mas o que nós já estamos vendo são os produtos básicos, como álcool-gel, máscaras, lenços, entre outros, que são necessários para a prevenção do contágio da doença, desaparecendo das prateleiras dos supermercados e tendo aumentos de até 300% em seus preços”, denunciou.
“O governo não tomou nenhuma medida para evitar essa especulação. Deixou que os mais aquinhoados comprassem tudo e, agora, os pobres são vítimas da ganância dos especuladores. Nenhuma medida é tomada, não há nenhum controle, nenhuma fiscalização por parte do governo”, prosseguiu o Dr Jamil.
“O que estamos vendo é um presidente que não respeita nem as orientações do seu próprio Ministério da Saúde e estimula atos públicos, e até comparece a um deles, com objetivos escusos, que não têm nada a ver com as necessidades do momento e com os problemas que a população brasileira está enfrentando”, observou o ex-deputado.
“O presidente e o poder público neste momento deveriam estar liderando a sociedade para tomar medidas que são duras, que são amargas, mas que são necessárias para enfrentar a propagação do vírus”, avaliou.
“Bolsonaro age de forma irresponsável ao desdenhar a epidemia e afrontar as orientações do MS”, acrescentou o ex-vereador da capital paulista.
O político, que também é médico conceituado e atuante no SUS, alerta ainda para a precariedade da situação do Sistema Único de Saúde (SUS), “que já tem muita dificuldade, por falta de recursos, para atender aos 75% da população brasileira que dependem do sistema”. “Com a pandemia, a demanda por serviços públicos vai aumentar muito”, afirmou.
“Não há leitos de UTI suficientes para atender a demanda que vai aumentar”, advertiu Jamil Murad. “Os pacientes que necessitarão de internação por causa do vírus vão permanecer por duas a três semanas internados. A estrutura atual não dá conta. O Ministério da Saúde tem tomado algumas medidas, mas são claramente insuficientes para enfrentar essa situação”, avaliou o líder político paulista.
SÉRGIO CRUZ
Qual a garantia que o Brasil de Bolsonaro tem dado a populaçao em relaçao a área de saúde e educaçao??? Falo destas duas áreas pelo momento que estamos vivendo, mas na verdade nenhum setor deste país tem recebido a devida atençao deste governo anti democrático. Aliás o que temos é um ” desgoverno” e a derrocada brasileira em todas as áreas é alarmante . “POBRE dos POBRES!!! dos moradores de rua e sem tetos e das crianças. Nao existe nenhuma açao do governo para amparar esta populaçao. Falo das crianças pois estas, matriculadas nas escolas públicas na maioria dos casos, só se alimentam na escola… Qual a providencia em relaçao a esta realidade? Suspender aulas sem ampará-las junto as famílias representa um descompromisso com a populaçao pobre e economia para o estado.Certamente estas crianças ficarao a merce da sorte… é o mesmo que virar as costas e dizer:” toma que o filho é teu”.Nao quero com isto dizer que sou contra o isolamento social. Neste momento ele é necessário mas no caso da educaçao deve ser acompanhado de suportes educativos, nutricionais que possam atender a todos. A fome também mata.