A ONG Repórteres sem Fronteiras divulgou um relatório que identificou 580 ataques à liberdade de imprensa por parte de Jair Bolsonaro, seus familiares e ministros.
Para a organização, 2020 foi “um ano sombrio para a liberdade de imprensa no Brasil. As condições de trabalho dos jornalistas se deterioraram consideravelmente por causa da constante pressão do presidente e de seus aliados”.
Os ataques à liberdade de imprensa aconteceram a partir da tentativa de desmoralização dos órgãos de imprensa e perseguição a jornalistas.
Dos 580 ataques contabilizados durante 2020, 469 partiram diretamente de Jair Bolsonaro e seus filhos, principalmente do deputado federal Eduardo Bolsonaro, que realizou 208 ataques.
Os bolsonaristas utilizaram o Twitter 408 vezes para atacar a liberdade de imprensa.
A ONG citou o caso da jornalista Patrícia Campos de Mello, que depois de investigar e denunciar o esquema de envio em massa de mensagens utilizado durante a campanha eleitoral de 2018 começou a ser perseguida pelos bolsonaristas.
Eduardo Bolsonaro foi condenado em primeira instância e deverá indenizar Patrícia por ter falado que ela “tentou seduzir” uma fonte para conseguir informações.
Jair Bolsonaro também fez piada com o caso, falando que a jornalista queria dar um “furo de reportagem”.
De acordo com o relatório, os ataques se intensificaram em abril, mês seguinte ao início da pandemia e do isolamento social no Brasil.
Em 2021, Jair Bolsonaro já falou que os jornalistas “não são nem lixo, porque lixo é reciclável” e que a imprensa “não serve para nada, só fofoca, mentira o tempo todo”.
A ONG diz que Jair Bolsonaro “segue atacando a mídia e usando-a como bode expiatório” frente ao fracasso de sua gestão no combate à pandemia.
Em live, Bolsonaro disse que “a imprensa é responsável pelo pânico no país e pela perda de vidas durante a pandemia, uma vergonha nacional”.