Uso eleitoreiro e desrespeito ao evento religioso causa repulsa entre os católicos. Apoiadores xingaram e agrediram jornalistas da TV Aparecida
Jair Bolsonaro foi até Aparecida (SP) em ato de campanha eleitoral e quase atrapalhou as celebrações do Dia de Nossa Senhora Aparecida. Apoiadores agrediram jornalistas da TV Aparecida.
O candidato à reeleição foi vaiado durante todos os momentos em que caminhou pelas ruas e calçadas. Alguns apoiadores gritavam e aplaudiam para não deixar o chefe em maus lençóis.
Quando chegou na basílica, o alvoroço atrapalhou a celebração religiosa e obrigou o padre Eduardo Ribeiro, que a conduzia, a pedir silêncio. “Silêncio na basílica. Prepare o seu coração, viemos aqui para isso”, disse.
O padre Camilo Júnior, que realizava a consagração solene a Nossa Senhora Aparecida, terminou a cerimônia com críticas veladas a Jair Bolsonaro e o uso eleitoreiro da fé.
“Hoje não é dia de pedir voto, é dia de pedir benção!”, disse. Ele foi efusivamente aplaudido pelos presentes.
Logo depois de Bolsonaro ter deixado o local, o padre disse: “Parabéns a você que está aqui dentro da Basílica rezando, você que entendeu que hoje é dia de Nossa Senhora Aparecida. É a ela as nossas palmas, a nossa aclamação, nosso viva. Só temos segurança nas mãos de Deus e no colo de Maria”.
Camilo Júnior ainda falou que “tem pessoa que deseja a morte do outro”, e quando isso acontece é porque “nos despimos do amor de Cristo”.
“O contrário do amor é a indiferença. Quando eu não permito mais que a vida do meu semelhante seja importante. Podemos ver crianças abandonadas, idosos caídos nas margens das calçadas, famílias com suas mesas vazias. E eu não sinto nada. A dor do outro não mais me atinge. Se estamos vivendo assim, é porque nós nos despirmos do amor de Cristo”, falou.
O arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, em seu sermão na missa pela manhã, disse que a presença de Bolsonaro no local não tinha nada a ver com a Igreja.
Ele ainda falou que “nós precisamos ter uma identidade religiosa. Ou somos evangélicos ou somos católicos. Então, nós precisamos ser fiéis à nossa identidade católica”. A fala foi uma crítica velada a Jair Bolsonaro, que se aproxima e participa de atos em igrejas evangélicas e na igreja católica para tentar ganhar votos.
O arcebispo Dom Orlando Brandes falou que “Nossa Senhora, gloriosa no céu, depois da cruz e o céu, é a nossa pátria definitiva. Maria venceu o dragão. Temos muitos dragões que ela vai vencer”.
“O dragão que é o tentador, o dragão que já foi vencido – a pandemia – , mas temos o dragão do ódio, que faz tanto mal. E o dragão da mentira, e a mentira não é de Deus, é do maligno. E o dragão do desemprego, o dragão da fome. O dragão da incredulidade”.
O líder religioso aproveitou a celebração para incentivar as pessoas a irem votar e disse que é preciso “acolher aquele que for eleito com o voto e o poder do povo”.
Nesta quarta-feira (12), apoiadores de Jair Bolsonaro hostilizaram e agrediram verbalmente jornalistas da TV Aparecida, ligada ao Santuário Nacional Aparecida. Vestido com uma camiseta da seleção brasileira, um bolsonarista xingou e colocou o dedo na cara de um repórter. O homem dizia “canalhas” e outros xingamentos.
Outro homem, usando uma camiseta verde e amarela com o rosto de Jair Bolsonaro, filmava com seu celular os jornalistas da TV Aparecida, ligada à Igreja católica, e os xingava de “lixo”.
Em 2021, os bolsonaristas se chocaram contra Dom Orlando Brandes porque o arcebispo falou que “pátria amada não pode ser pátria armada”. A ida de Bolsonaro à celebração religiosa também causou alvoroço e vaias naquele ano.
O BEM VAI VENCER O MAL!QUE A BENÇÃO DE NOSSA MÃE NOSSA SENHORA APARECIDA ILUMINE OS CORAÇÕES DOS SEUS FIEIS PARA DERROTAR TODO ESSE MAL QUE ASSOLA NOSSO QUERIDO BRASIL, QUE AS PESSOAS CONSIGAM ENXERGAR O QUANTO PERVERSO,MENTIROSO,TRAIÇOEIRO É ESSA CRIATURA QUE USA O SANTO NOME DE DEUS PARA SEU PROVEITO.