Fila de espera do Auxílio Brasil dobra

Fila para CadÚnico. Reprodução TV Mirante

Bolsonaro não zerou. São 2,78 milhões de famílias, cerca de 5,3 milhões de pessoas desamparadas, no mês de abril, em meio ao desemprego elevado, carestia e explosão da fome, segundo mapeamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios. Em março, eram 1,3 milhões de famílias ou 2,1 milhões de pessoas

Bolsonaro ao invés de zerar a fila do Auxílio Brasil, conforme prometeu, mais do que dobrou em apenas um mês o número de famílias que estão à espera do auxílio. São 2,78 milhões de famílias Isso significa que cerca de 5,3 milhões de brasileiros aguardam na fila da fome enquanto a promessa de serem contemplados pelo programa, lançado pelo governo em substituição ao Bolsa Família, não chega.

Este número, que expõe o descaso do governo no âmbito da assistência social e combate à fome, vem de um mapeamento realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgado na segunda-feira (20). A entidade acessa os números porque o cadastramento de famílias elegíveis para a rede de proteção social é realizado em âmbito local, através do Cras (Centro de Referência em Assistência Social) dos municípios.

Enquanto isso, o Ministério da Cidadania do governo federal continua escondendo os números oficiais, tendo chegado a dizer no início do ano que a fila do programa estava “zerada”.

De acordo com a CNM, em abril 2,78 milhões de famílias com o perfil para o programa ainda não haviam sido contempladas. A chamada “demanda reprimida” teve um salto de 113% em relação a março – quando o número de famílias à espera era de 1,3 milhões de famílias, segundo o mapeamento. Ou seja, de um mês para o outro, o número de famílias vivendo em condições de pobreza e que deveriam estar recebendo alguma proteção social do governo aumentou em 1,4 milhões de famílias.

A divulgação dos dados faz parte do esforço das prefeituras de alertar para a necessidade de reforçar o programa em uma situação de aumento exponencial da fome no Brasil.

No início do mês, a divulgação do 2.º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar mostrou que a fome no país voltou a patamares registrados na década de 90: em 2022, o número de pessoas vivendo sem ter o que comer alcançou 33,1 milhões. Uma explosão no governo Bolsonaro. Em 2018, eram 10 milhões o número de brasileiros nessa situação.

Com a economia estagnada, o desemprego atingindo milhões de brasileiros, a inflação corroendo as rendas e atingindo sobretudo os alimentos, o Auxílio Brasil de Bolsonaro não atende às necessidades da população mais carente. A previsão orçamentária de R$ 89 bilhões para o programa, segundo a CNM, não é suficiente para zerar a fila de famintos – já que mais de 30% dos recursos foram gastos apenas nos três primeiros meses do ano. 

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