O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) afirmou, através de suas redes sociais, que Bolsonaro pediu à Justiça Eleitoral a derrubada de um vídeo para que a população não saiba do uso de dinheiro vivo na compra de 51 imóveis por ele e sua família.
“Bolsonaro entrou na Justiça Eleitoral para impedir que você assista esse vídeo, que mostra que ele e sua famiglia compraram 51 imóveis com dinheiro vivo. Vamos espalhar com gosto porque Bolsonaro sentiu!”, postou o parlamentar.
A peça da campanha de Lula cita três mansões compradas pela família Bolsonaro e conta o escândalo da compra de imóveis com dinheiro vivo.
Matéria do site UOL que revelou que 51 dos 107 imóveis negociados pela família foram pagos em dinheiro vivo.
O vídeo mostra fotos da mansão de Flávio Bolsonaro em área nobre de Brasília, a de Jair Renan Bolsonaro e sua mãe, Ana Cristina Valle, em Brasília, e a de 20 mil m² do cunhado de Bolsonaro, no interior de São Paulo.
“Esses são apenas três dos 107 imóveis comprados pela família Bolsonaro desde sua entrada na política”, continua.
“A investigação da imprensa revelou outro escândalo: 51 desses imóveis foram pagos em dinheiro vivo no valor atualizado de R$ 25 milhões”, fala a propaganda eleitoral.
“De onde vem tanto dinheiro vivo da família Bolsonaro? É um escândalo tamanho família”, questiona.
AGRESSÃO
O “mito” não contestou a matéria do UOL, tentou jogar a culpa nos seus ex-cunhados, mas foi desmentido pelo site.
Durante sabatina realizada pela Jovem Pan, na manhã desta terça-feira (6), perdeu a linha e agrediu a jornalista Amanda Klein quando ela tocou no assunto. “Por que esses imóveis foram pagos em dinheiro vivo? Qual a origem desse dinheiro? É importante esclarecer qual origem desse dinheiro”, indagou a jornalista
“Você é casada com uma pessoa que vota em mim”, disse ele. “Não sei como é o teu convívio com ele na sua casa”, prosseguiu. Amanda rebateu dizendo que a vida privada dela não estava em discussão. Bolsonaro replicou: “e por que a minha está?” “Porque o senhor é uma pessoa pública, presidente”, respondeu a jornalista.
RACHADINHA
Jair Bolsonaro não consegue explicar o uso de dinheiro vivo para comprar os imóveis, mas jura que não há nada de ilegal. Até a mãe de Bolsonaro, Olinda, que faleceu em janeiro deste ano, comprou dois imóveis usando dinheiro vivo, entre 2008 e 2009.
Ex-assessores de Jair e de seus filhos já falaram que nos gabinetes sempre existiu um esquema de “rachadinha”, no qual os funcionários devolviam parte de seus salários para os parlamentares, configurando crime de peculato.
Especialistas apontam que o uso de dinheiro vivo para grandes transações, como a compra de imóveis, dificulta o rastreio da fonte do dinheiro e pode servir para lavagem de dinheiro.
A ex-cunhada de Bolsonaro, Andrea Siqueira Valle, foi flagrada falando que seu irmão, André, foi demitido do gabinete de Jair Bolsonaro porque não devolvia a quantidade certa de dinheiro. “O André deu muito problema porque ele nunca devolveu o dinheiro certo que tinha que ser devolvido, entendeu? Tinha que devolver R$ 6 mil, ele devolvia R$ 2 mil, R$ 3 mil. Foi um tempão assim até que o Jair pegou e falou: ‘Chega. Pode tirar ele porque ele nunca me devolve o dinheiro certo’”, revelou a ex-cunhada de Bolsonaro.