Em discurso na ONU, mentiu em quase todos os temas tratados, desde redução do desmatamento da Amazônia, passando pela “ausência” de corrupção em seu governo até um fantasioso crescimento “espetacular” do Brasil
O discurso de Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (21), foi a continuidade dos vexames dados por ele na véspera em Nova Iorque. Chamado de genocida e assassino na ruas da cidade, ele mostrou no discurso por que o mundo e a grande maioria dos brasileiros chegaram a essa conclusão sobre ele.
Sua sabotagem aos imunizantes e às medidas sanitárias foi responsável por centenas de milhares de mortes por Covid-19 que poderiam ter sido evitadas.
Ele foi explícito em seu desprezo pela imunização dos brasileiros. “Apoiamos a vacinação, contudo o nosso governo tem se posicionado contrário ao passaporte sanitário ou a qualquer obrigação relacionada a vacina”, disse ele. Ou seja, se dependesse apenas dele, os brasileiros não teriam sido vacinados. Todas as medidas sanitárias tomadas pelos governadores e prefeitos, como uso de máscaras, distanciamento social e vacinação foram criticadas por ele.
Na verdade, além de mentir sobre os governadores e prefeitos, jogando sobre eles a culpa por seu desastre, Bolsonaro passou boa parte do discurso defendendo o uso da cloroquina e outras charlatanices condenadas pela ciência em todo o mundo.
“Desde o início da pandemia, apoiamos a autonomia do médico na busca do tratamento precoce, seguindo recomendação do nosso Conselho Federal de Medicina. Eu mesmo fui um desses que fez tratamento inicial. Respeitamos a relação médico-paciente na decisão da medicação a ser utilizada e no seu uso off-label”, acrescentou.
Agora, a CPI da Covid comprova com fartos materiais que não era só discurso. Bolsonaro e seu ‘gabinete das sombras’ cometeram crimes de usar drogas ineficazes em experimentos macabros – ao estilo Josef Mengele – e sem consentimento dos pacientes.
Depois ele reclamou que o mundo inteiro condenou o seu negacionismo e a sua insistência em se aferrar ao obscurantismo e ao charlatanismo da cloroquina. “Não entendemos por que muitos países, juntamente com grande parte da mídia, se colocaram contra o tratamento inicial”, afirmou. “Tratamento inicial” a que se refere Bolsonaro, é como ele chama o uso descabido de cloroquina, ivermectina e outras drogas descartadas em todo o mundo.
Mentiu cinicamente também sobre a ausência de corrupção em seu governo. “Estamos há 2 anos e 8 meses sem qualquer caso concreto de corrupção”, disse ele. Ao contrário de sua fala, não se tratou de outra coisa no país durante todo esse ano que não dos escândalos de corrupção na compra de vacinas.
A CPI da Covid desbaratou uma verdadeira quadrilha agindo no Ministério da Saúde. As propinas eram de “um dólar por dose”. Isso sem falar nas rachadinhas milionárias da família e no “orçamento secreto”, criado por Bolsonaro, para viabilizar compras superfaturadas de seus apaniguados sem nenhum controle.
Logo no início ele já atacou toda a imprensa com quem não sabe conviver, porque ela diuturnamente desmonta a sua criminosa fábrica de fake news. “Venho aqui mostrar o Brasil diferente daquilo publicado em jornais ou visto em televisões”, afirmou.
O país pintado no discurso de Bolsonaro é mais uma de suas fake news. Com as menores taxas de investimento da história, Bolsonaro diz que as estatais estão dando lucros em seu governo. Esses lucros estão sendo obtidos, por exemplo na Petrobrás, através de preços exorbitantes de combustíveis, o fim dos investimentos e a venda de patrimônio. Os lucros do desmonte, comemorados por Bolsonaro, estão sendo distribuídos para os acionistas, muitos deles estrangeiros, enquanto o país afunda na estagnação e no desemprego.
Ele fala em recuperação de credibilidade quando os empresários se manifestam publicamente contra suas insanidades, como fez a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e outras entidades empresariais recentemente. Diz que está até diminuindo o desmatamento da Amazônia. Citou o mês de agosto como referência. Mais uma manipulação. Apesar do dado mensal isolado citado, nos oito primeiros meses de 2021, o índice de desmatamento na Amazônia é de 8,2% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, de acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Se for avaliado o desmatamento da Amazônia desde o início do governo, o crescimento é de mais de 30%.
Bolsonaro falou em crescimento econômico quando o país está na rota da estagflação, segundo vários economistas. Ou seja, o país está em estagnação econômica com disparada da inflação. Esta é a triste realidade, escondida pelo presidente em seu discurso. Bolsonaro disse que o Brasil vai crescer 5% em 2021, mas se esqueceu de dizer que ele caiu 4,1% no ano anterior. As projeções para 2022 de todos os especialistas já estão abaixo de 1%, enquanto a inflação já se aproxima rapidamente dos dois dígitos. Mas, Bolsonaro, mentiroso contumaz, cinicamente diz que seu governo cria “um dos melhores destinos para investimentos”. Depois reclama quando é xingado e chamado de mentiroso nas ruas.
bolsonaro(genocida)por si só, já é a vergonha personificada, assim como seu gado.