Trocou o presidente da Petrobrás, culpou os governadores e o ICMS, prometeu socorro aos caminhoneiros, mas fez os preços da gasolina, do diesel, do gás de cozinha explodirem em seu governo
Com o aval de Bolsonaro, o aumento no preço dos combustíveis no Brasil nos últimos anos atingiu níveis recordes. Durante toda sua gestão ele manteve os preços dos derivados de petróleo atrelados ao dólar e ao barril de petróleo no mercado internacional. Essa política estrangula o país e beneficia apenas os acionistas da empresa e os grupos de importadores de derivados.
Mesmo no auge da pandemia da Covid-19, quando os brasileiros viram explodir os preços dos derivados de petróleo com consequências devastadoras para o conjunto da economia, Bolsonaro só fez jogo de cena, culpou todo mundo, menos ele logicamente, e os preços não pararam de subir. Agora, o “mito” repete a encenação. Só encenação mesmo porque não há nenhuma medida concreta para mudar essa política desastrosa de preços.
Trocou o presidente da Petrobrás, fez declarações contra a alta do combustível, culpou os governadores, o ICMS, prometeu socorro aos caminhoneiros, mas a gasolina, o diesel, o gás de cozinha seguiram subindo. A política de atrelamento de preços da Petrobrás ao dólar e ao barril não mudou e só vem beneficiando os acionistas, na maioria estrangeiros, que receberam recentemente um recorde em dividendos de R $101 bilhões em 2021.
A Petrobrás está tendo lucros altíssimos graças à exportação de petróleo bruto isenta de impostos e aos preços extorsivos dos derivados cobrados aos consumidores. Esse lucro todo não está beneficiando o país. O dinheiro está indo para os acionistas. É uma riqueza que pertence ao povo brasileiro mas que, como diz o professor Ildo Sauer, ex-diretor da Petrobrás, está sendo abocanhada por pouquíssimos grupos privados.
E mais: para tornar o país totalmente dependente dos estrangeiros e dos importadores, começou a privatizar as refinarias da Petrobrás, como a recente entrega da Refinaria Landulpho Alves para um Fundo árabe, que já aumentou em 13% o gás de cozinha nos últimos 30 dias na Bahia.
Com as recentes sanções impostas à Rússia pelos EUA e seus aliados no episódio que envolve a Ucrânia, o preço do petróleo já ultrapassou os 130 dólares o barril e, de acordo com dirigentes da Petrobrás, pode desabar o mundo que nada muda na política de preço (PPI) e logo novos aumentos estarão por vir.
Diante do desgaste que sofre junto à população e ao seu próprio eleitorado, como mostram as recentes pesquisas, Bolsonaro volta a fazer jogo de cena ao dizer que gostaria de frear os preços dos combustíveis no mercado interno. Nesse mesmo momento em que ele faz essa demagogia reclamando dos preços, a Petrobrás já está discutindo novos aumentos. A alta dos combustíveis foi um dos principais itens que alavancou a inflação durante seu governo.
Assim como a inflação, que ultrapassou a casa de dois dígitos, o desemprego e o subemprego atingiram níveis recordes, a extrema pobreza chegou a 20 milhões de brasileiros e mais de 100 milhões estão em insegurança alimentar, com a renda desabando ao menor nível dos últimos dez anos. E ele não moveu uma palha para mudar a situação.
Na pandemia, quando milhões de brasileiros sofriam a ameaça de morte pela Covid-19 com mais de 600 mil vidas ceifadas, Bolsonaro sabotou todas as medidas de contenção da crise sanitária, inclusive de vacinação, e deixou os preços dos alimentos dispararem nas prateleiras dos supermercados.
Faltou vacina e comida na panela do povo.
A promessa de campanha caiu no esquecimento. O gás de cozinha prometido por Bolsonaro a R $35,00 chega agora a custar R $140 reais em algumas regiões do país. A conta de luz explodiu nas residências e nas empresas, em benefício daqueles que, usando o pretexto de culpar São Pedro, responsabilizaram a Eletrobrás pelo caos com o objetivo de privatizá-la a preço de banana, enquanto promovem uma das mais altas tarifas do mundo.