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Nenhuma autoridade dos outros poderes compareceu. Só o “véio” da Havan estava ao seu lado. Atrás nas pesquisas, ele pediu voto e ameaçou com “repetição da história”
Bolsonaro, atrás em todas as pesquisas eleitorais, fez, na manhã, em Brasília, uma utilização eleitoreira, oportunista, ilegal e inconstitucional das comemorações dos duzentos anos da Independência do Brasil. Tornou uma festa nacional, que é de todos os brasileiros, em um evento de campanha eleitoral, cheio de ameaças à democracia.
PALANQUE ESVAZIADO
Por conta disso, o palanque oficial do desfile ficou esvaziado. Nenhuma autoridade brasileira, exceto seus próprios coadjuvantes, estava presente. Os presidentes dos demais poderes não compareceram à solenidade. Ao lado de Bolsonaro estava Luciano Hang, dono das lojas Havan, um negociante que está sendo investigado pela Polícia Federal por financiar milícias digitais e movimentos antidemocráticos e golpistas.
Fora dali, numa rede social, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, criticou o uso político do evento. Ele disse que as comemorações do 7 de Setembro “precisam ser pacíficas, respeitosas e celebrar o amor à pátria, à democracia e o Estado de Direito”.
Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, que também não prestigiou o evento, lembrou os 200 anos da Independência do Brasil e afirmou que o 7 de Setembro de 1822 “continua ecoando nas ações e nos compromissos de todos”. “O Brasil independente é sempre o que olha para frente”, declarou Lira, também numa rede social.
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Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que “o bicentenário de nossa Independência merece ser comemorado com muito orgulho e honra por todos os brasileiros e brasileiras, pois há 200 anos demos início a construção de um Brasil livre e a histórica marcha pela concretização de nosso Estado Democrático de Direito.”
APROPRIAÇÃO ELEITOREIRA
A “apropriação eleitoral” do Bicentenário da Independência mostrou a fraqueza na campanha de Bolsonaro pela sua reeleição. Ao invés de falar sobre a Pátria, ele fez um discurso atacando seu adversário e pedindo votos. “A vontade do povo se fará presente no próximo dia dois de outubro. Vamos todos votar, vamos convencer aqueles que pensam diferente de nós, vamos convencê-los do que é melhor para o nosso Brasil”, disse ele.
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Depois, em tom de ameaça de desrespeitar o resultado das urnas, ele disse que a história pode se repetir.
“Queria dizer que o Brasil já passou por momentos difíceis, mas por momentos bons, 22 [revolta tenentista], 35 [levante da ANL], 64 [golpe militar], 16 [impeachment de Dilma Rousseff (PT)], 18 [eleição presidencial] e agora, 22. A história pode repetir, o bem sempre venceu o mal. Estamos aqui porque acreditamos em nosso povo e nosso povo acredita em Deus”, acrescentou. Ele citou os demais acontecimentos só para citar o golpe de 1964.
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Durante o discurso eleitoreiro, Bolsonaro voltou a dizer que as eleições são uma “luta do bem contra o mal”. O bem, logicamente é ele, sua família e seus imóveis adquiridos com dinheiro vivo. O mal, também, logicamente, é Lula que lidera as pesquisas eleitorais.
“IMBROCHÁVEL”
Em mais uma de suas baixarias ele disse que Michelle Bolsonaro, é “uma mulher ativa na minha vida, não é ao meu lado, não, muitas vezes ela está é na minha frente”. Até aí tudo bem, mas, logo após se darem um beijo, ele puxou o coro machista de “imbrochável, imbrochável, imbrochável” para si mesmo. Depois, fez uma comparação de mau gosto entre as primeiras-damas, ou seja, entre Michelle e Janja.
O psicanalista Christian Dunker, professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, comentou a fala de Bolsonaro. “Uma característica inovadora do discurso do presidente é que ele usa alternadamente uma retórica do respeito à família, à moral e aos bons costumes, e uma retórica libidinal, do palavreado chulo, da linguagem privada em espaço público.”
“Essa disponibilidade pemanente do ‘imbrochável’, esse falicismo exagerado, é um discurso de quem se sente ameaçado pelas mudanças na cultura e nos laços sociais. A reação de Bolsonaro é típica da masculinidade frágil: ele se sente atacado e responde com excesso, exagero”, acrescentou o psicanalista.
Nenhuma palavra sobre a independência. Ele usufruiu da estrutura pública, do governo para fazer campanha e atacar o seu adversário, o ex-presidente Lula. Após sua fala pedindo votos no Sete de Setembro, bolsonaristas com faixas pedindo o golpe militar e o fechamento do Congresso Nacional, gritavam “Lula ladrão, seu lugar é na prisão”.
CARTAZES EM INGLÊS PEDINDO GOLPE
A plateia estava cheia de faixas pedindo o fechamento do Supremo Tribunal Federal, do Congresso Nacional e a volta da ditadura. Teve até faixas escritas em inglês, que pediam que Bolsonaro acionasse as Forças Armadas para destituir os ministros do STF. Outras defendiam a “intervenção” dos militares. Esses são os ‘patriotas” do bem que Bolsonaro cita como exemplos.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado, protestou contra a manipulação grosseira e disse que “os fascistas não irão tomar a nossa bandeira! Hoje, nos 200 anos de independência do Brasil, é um dia para lembrarmos do nosso enfrentamento histórico contra o autoritarismo e todos que atentem contra a nação. Viva o Brasil! Viva a democracia! Viva a independência!”
o Brasil de Verdade, da gente que trabalha e que defende VALORES intrínsecos ao ser Humano não compactua com essa sujeira a qual bolsonaro e sua corja chamam de “patriotismo”. vamos enterrar nas urnas esse esgoto fétido e podre(bolsonarismo) ,para sempre.