Deputada e familiares foram chacinados em casa para que criminoso pudesse assumir sua vaga. Vídeo divulgado neste sábado (28) pelo deputado André Janones (Avante-MG) mostra o discurso de Jair, o único deputado que defendeu o assassino. Ele matou a deputada eleita para assumir seu lugar na Câmara
O deputado André Janones (Avante-MG) divulgou um vídeo com um trecho de um discurso de Jair Bolsonaro defendendo um assassino que havia mandado matar uma deputada para que ele, como primeiro suplente, pudesse assumir.
O caso aconteceu em 1998. A deputada Ceci Cunha, que fora eleita, foi chacinada em casa, com mais duas pessoas, a mando do primeiro suplente, Pedro Talvane Albuquerque Neto, que assumiu o mandato em seu lugar.
Segundo as investigações, o primeiro alvo do assassino seria o deputado federal Augusto Farias, que tomou conhecimento do plano e acabou frustrando a ação dos envolvidos. A deputada Ceci Cunha, segundo a acusação, seria uma espécie de plano B. Após o crime, Pedro Talvane ainda chegou a tomar posse na Câmara Federal, em fevereiro de 1999, mas foi cassado no dia 8 de abril por quebra de decoro parlamentar.
Assista até o fim
RELEMBRE O CASO
Na época, um pistoleiro de aluguel confessou em depoimento à polícia que foi procurado para fazer o serviço. A Polícia Federal não teve dúvida. O político tinha encomendado aquela morte. Ele foi condenado em 2012. Uma comissão da Câmara recomendou sua cassação. O caso foi a plenário e a medida foi aprovada por 425 a 29. Só um foi ao microfone defender o assassino. Este deputado era Jair Bolsonaro.
Pedro Talvane Albuquerque Neto foi condenado em 2012 pelo Tribunal do Júri da Justiça Federal de Alagoas. Os jurados reconheceram a acusação de que o crime foi planejado porque ele não se conformava em não ter sido eleito e acabou como primeiro suplente de deputado. Com a morte, Albuquerque poderia obter o cargo.
A deputada Ceci Cunha, seu marido, Juvenal Cunha da Silva; o cunhado Iran Carlos Maranhão Pureza; e a mãe de Iran, Ítala Neyde Maranhão foram assassinados a tiros no dia 16 de novembro de 1998. No momento do crime, as vítimas preparavam uma comemoração na casa de Iran, no bairro Gruta de Lourdes, em Maceió. Ceci seria diplomada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL) nesse dia.
O ex-deputado Talvane Albuquerque foi condenado a 103 anos e quatro meses de reclusão como autor intelectual. Além dele, Jadielson Barbosa da Silva e José Alexandre dos Santos foram condenados a 105 anos; Alécio César Alves Vasco, a 86 anos e cinco meses; e Mendonça da Silva a 75 anos e sete meses. Todos os acusados foram condenados a cumprir pena em regime fechado.
DEFESA DE OUTROS CRIMINOSOS
Esta não foi a primeira vez que Jair Bolsonaro defendeu assassinos na tribuna da Câmara. Em 27 de outubro de 2005 ele subiu ao plenário para discursar em apoio ao assassino de aluguel e miliciano, Adriano Nóbrega, chefe de milícia de Rio das Pedras, região de onde veio Fabrício Queiroz, o faz tudo da família. Adriano tinha sua mãe e ex-mulher nomeadas como funcionárias fantasmas no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio.
Bolsonaro discursa em defesa de assassino e chefe de milícia em 2005
Adriano chefiava também o “escritório do crime”, uma central de assassinatos de aluguel das milícias que tinha também como participante, Ronnie Lessa, vizinho de Jair Bolsonaro na Barra da Tijuca e que esteve envolvido no assassinato da vereadora Merielle Franco e de seu motorista. Adriano Nóbrega acabou sendo morto numa operação da polícia no interior da Bahia. Ele era um ex-PM e exímio atirador.
Leia mais