Jair Bolsonaro desacatou a orientação do próprio Ministério da Saúde para prevenção contra o novo coronavírus e foi ao ato em Brasília contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele teve contato com apoiadores, sem máscara no rosto, e elogiou o ato golpista: “não tem preço o que as pessoas estão fazendo”.
Apesar de esvaziadas, as manifestações contam com cartazes e faixas contra o Congresso e o STF.
Numa delas diz: “Contra o vírus do STF e do Congresso, álcool e fogo! Fodam-se”. E “Chantagistas-canalhas / Inimigos da nação”.
Bolsonaro foi ao Palácio do Planalto por volta das 13h após dar um passeio de carro no comboio presidencial por Brasília. Quando passou ao lado do ato promovido na Esplanada dos Ministérios, foi aplaudido pelos presentes.
Após observar os apoiadores do alto da rampa, ele resolveu ir até eles e cumprimentá-los. Ainda sem máscara, mesmo estando em isolamento, Bolsonaro deu vários apertos de mãos, pegou os celulares das pessoas e fez selfies com elas ao fundo.
Em determinado momento, Bolsonaro empurrou a cerca que protege o Planalto para chegar mais perto das pessoas no local. Enquanto isso, os manifestantes o chamavam de “mito”.
Bolsonaro passou por um exame para verificar se está infectado pelo coronavírus após seis integrantes da comitiva presidencial aos Estados Unidos na semana passada já terem manifestado a covid-19, doença causada pelo vírus. O resultado deu negativo, segundo a Presidência. No entanto, ele deverá fazer um novo exame nos próximos dias, uma vez que pode ser assintomático ou apresentar problemas de saúde mais tarde.
Ele mesmo, na transmissão ao vivo no Facebook na quinta-feira (12), disse que “uma das ideias é adiar, suspender. Depois de um mês, dois meses, faz” o ato.
“O que nós devemos fazer agora é evitar que haja uma explosão de pessoas infectadas, porque os hospitais não dariam vazão para atender todo mundo. Se o governo não tomar nenhuma providência, sobe, depois não dá mais e o sistema não suporta”, disse, acrescentando que a perspectiva dos atos já havia dado um “tremendo recado para o Parlamento”.
Com as manifestações, Bolsonaro quer coagir o Congresso e o STF.
Na manhã do dia 18 de fevereiro, uma terça-feira, Augusto Heleno, enquanto esperava Jair Bolsonaro para a cerimônia de hasteamento da bandeira, em frente ao Palácio da Alvorada, em conversa com os ministros Paulo Guedes (Economia) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), foi flagrado em áudio dizendo aos colegas: “Nós não podemos aceitar esses caras chantageando a gente o tempo todo. Foda-se”.
Depois, ele usou as redes sociais para insistir nos ataques aos parlamentares, dizendo que deputados e senadores prejudicam “a atuação do Executivo” e isso “contraria os preceitos de um regime presidencialista”. “Se quiserem parlamentarismo que mudem a Constituição”, continuou Heleno.
A partir daí os grupos raivosos de bolsonaristas convocaram a manifestação golpista contra o Congresso e o STF.
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