“Presidente Bolsonaro, já que o senhor veio ao Recife passear de moto, responde aí: quanto está trazendo do R$ 1 bilhão em recursos que prometeu aos desabrigados e, até hoje, ainda não enviou nada?”, questionou o deputado federal Danilo Cabral (PSB), candidato ao governo de Pernambuco pela Frente Popular
Jair Bolsonaro voltou a chamar seus apoiadores a irem às ruas e disse que a manifestação golpista do dia 7 de setembro será uma “grande demonstração”.
Bolsonaro foi fazer campanha eleitoral no Recife. Fez demagogia com o “preço dos combustíveis […]” e insultou os chefes de executivos estaduais dizendo “chega de os governadores faturarem com o ICMS de vocês”. “Obrigado por essa eleição”, disse.
Contudo, não se tem registro de que ele tenha feito qualquer menção à tragédia que se abateu na cidade, no início do ano, quando mais de 100 pessoas foram vítimas das fortes chuvas, naquele Estado e na cidade do Recife. Na época, ele só disse que são “coisas que acontecem”.
O candidato a governador da Frente Popular, deputado federal Danilo Cabral (PSB), cobrou de Bolsonaro os recursos prometidos para as vítimas e até agora nada.
“Presidente Bolsonaro, já que o senhor veio ao Recife passear de moto, responde aí: quanto está trazendo do R$ 1 bilhão em recursos que prometeu aos desabrigados e, até hoje, ainda não enviou nada? Quem ilude o povo, não merece o voto dos pernambucanos”, escreveu nas redes sociais.
Bolsonaro participou da marcha para Jesus e de uma motociata, em que foi acompanhado pelos candidatos do PL ao governo de Pernambuco e ao Senado, Anderson Ferreira e Gilson Machado, ex-presidente da Embratur e ex-ministro do Turismo no governo Bolsonaro. Um de seus apoiadores ostentava um cartaz pedindo para fechar o STF.
Após seu isolamento depois da malfadada reunião com diplomatas estrangeiros, em que atacou as urnas eletrônicas e os ministros do STF e TSE, Bolsonaro agora chama para uma manifestação dizendo que o ato “não é político, não é de A, nem de B, nem de C, é um movimento do povo brasileiro, que não abre mão da sua liberdade, que defende liberdade à sua democracia”.
Bolsonaro ataca e ofende o Judiciário do país, a imprensa, o Congresso, justamente porque não aceita liberdade que não seja a sua. “Liberdade” e “democracia” para ele é restringir a liberdade e a democracia de todos. Não por outro motivo ele já disse publicamente que a ditadura matou pouco, que deveria ter matado 30 mil. Não por outro motivo ele celebra Brilhante Ustra, um carniceiro torturador.
Portanto, ele não está convocando ato em 7 de setembro – data que ele profana, transformando em reles comício – pela “liberdade” e pela “democracia”. É pelo golpe contra as instituições.
Falando para seus apoiadores em Recife, Bolsonaro confirmou que vai participar do desfile militar em Brasília e depois seguirá para a manifestação no Rio de Janeiro.
“As nossas Forças Armadas e as nossas irmãs forças auxiliares estarão desfilando na praia de Copacabana ao lado do nosso povo”, falou.
Contudo, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), rechaçou o uso do desfile militar para a campanha eleitoral de Bolsonaro e manteve o ato para o centro do Rio e não em Copacabana. Segundo Paes, o desfile continuará “onde o Exército organizou e aonde sempre foi feito”.
O prefeito Eduardo Paes escreveu que não trabalha “na birra nem na fofoca” e destacou que “preferências políticas e administração pública” são coisas distintas.
Seis partidos entraram no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir qualquer convocação pelo governo das Polícias Militares, em detrimento da autoridade e hierarquia constitucionalmente conferidas aos governos estaduais.
O PSB, o PV, o Solidariedade, PCdoB, PSol e a Rede Sustentabilidade apontam ilegalidade na convocação das PMs.
Durante a convenção do PL que o confirmou como candidato à reeleição, Jair Bolsonaro disse a seus apoiadores que a manifestação do 7 de setembro seria a “última” e serviria para mostrar a “voz do povo” para “estes poucos surdos de capa preta”.
“Convoco todos vocês agora para que todo mundo, no 7 de setembro, vá às ruas pela última vez. Vamos às ruas pela última vez. Estes poucos surdos de capa preta têm que entender o que é a voz do povo. Tem que entender que quem faz as leis são o Poder Executivo e o Legislativo”.