Bolsonaro atacou o general Luiz Eduardo Rocha Paiva, que o criticou por suas declarações sobre os nordestinos, chamando-o de “melancia”.
Em seu Twitter, ele escreveu: “Mas o melhor de tudo foi ver um único general, Luiz Rocha Paiva, se aliar ao PCdoB de Flávio Dino, para me chamar de antipatriótico. Sem querer descobrimos um melancia, defensor da Guerrilha do Araguaia, em pleno século XXI”.
“Melancia” (verde por fora, vermelho por dentro) era o termo usado pelos doentes anticomunistas, antes de 1964, para atacar democratas e patriotas.
O general Rocha Paiva foi Comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Secretário-Geral do Exército e Chefe da Assessoria Especial do Gabinete do Comandante do Exército.
É esse o homem que Bolsonaro – obrigado a sair do Exército por incompatibilidade com a disciplina militar (v. Terrorismo de baixa potência) – agrediu.
A Guerrilha do Araguaia parece uma obsessão de Bolsonaro, talvez por sua falta de estatura – em português claro: por sua covardia -, que não consegue absorver um acontecimento histórico caracterizado pelo heroísmo.
Pela segunda vez – na sexta-feira e no domingo – ele menciona a Guerrilha do Araguaia.
Na primeira vez, para dizer que a jornalista Miriam Leitão “estava indo para a guerrilha do Araguaia quando foi presa em Vitória”.
O que é mentira.
No domingo, para dizer que um dos generais mais ilustres das Forças Armadas é “defensor da Guerrilha do Araguaia”.
O que é mentira.
O que o general Rocha Paiva fez foi classificar os ataques de Bolsonaro aos nordestinos – chamados de “paraíbas” – de “antipatrióticos” e “incoerentes”, ao “menosprezarem” a população da segunda região mais populosa do país (Ver “Fala do presidente sobre o Nordeste é antipatriótica”, diz general Rocha Paiva).
Além disso, sua instrução para o chefe da Casa Civil sobre o Maranhão (“Daqueles governadores de ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão. Não tem que ter nada para esse cara“) é um atentado à Constituição (v. Governadores do Nordeste repudiam racismo e retaliações de Bolsonaro).
A declaração do general Rocha Paiva foi, inclusive, conciliadora, isto é, civilizada: “Tem que ter calma, mas mostrar para ele o quanto perdeu com essa grosseria com que menosprezou uma região do Brasil e seus habitantes. Um comentário antipatriótico e incoerente para quem diz ‘Brasil acima de tudo’. O Nordeste é o berço do Brasil. Sabia disto presidente?”
O general enfatizou que a sua declaração visava defender “seus irmãos nordestinos”.
Porém, um troglodita como Bolsonaro não acha que a verdade – ou a Constituição – tenham alguma importância.
Infelizmente, como a corrupcao faz parte do governo dele, veremos ele ficar até 2022 num governo sangrando, sem expressão, apenas falando besteiras e tolices, baixa popularidade. Terminará o governo com a pior avaliação, não terá 10% de aceitação. O Brasil deu seu passo de marcha ré ao escolher o presidente representante do ódio, racismo, misognia e etc. Mas fazer o quê se 57 milhões de asnos o elegeram, com desculpas aos pobres animais, que não tiveram oportunidade de estudar.
Calma, leitor. Desses 57 milhões, quantos votaram em Bolsonaro apenas porque não queriam votar no PT?