Bolsonaro manda ministro do Turismo fazer papelão na reunião dos ministros da Cultura do G-20

Gilson Machado em Roma. Foto: Roberto Castro - MTur
Como o país não tem Ministério da Cultura, Gilson Machado representou o Brasil em Roma (Itália), não falou nada de cultura e nem citou o incêndio na Cinemateca

O ministro do Turismo, Gilson Machado, representou o Brasil no encontro de ministros da Cultura do G-20, realizado em Roma, na Itália, e sequer comentou sobre o incêndio na Cinemateca Brasileira.

O Brasil é o único dos poucos países do grupo que não tem um Ministério da Cultura, pois Jair Bolsonaro o extinguiu em 2019, tornando-o uma Secretaria Especial subordinada ao Ministério do Turismo.

Gilson Machado foi acompanhado pelo secretário da Cultura, Mário Frias.

Segundo os relatos, o ministro do Turismo ficou deslocado dos demais e puxou assuntos que não têm nenhuma relação com a cultura.

Gilson Machado jurou para os ministros de outros países que o Brasil está preservando muito bem a Amazônia, apesar dos dados de desmatamento e queimadas estarem batendo recordes no governo Bolsonaro.

“Muitas pessoas não sabem, mas 66% do território brasileiro se encontram do mesmo jeito que estava quando Jesus veio à Terra. 84% da Amazônia brasileira… Isso é um tabu aqui. Alguém aqui já esteve na Amazônia? Alguém já esteve na Amazônia?”, disse Machado no encontro.

O ministro não comentou sobre o incêndio no galpão da Cinemateca Brasileira, na Vila Leopoldina, em São Paulo.

A Cinemateca é o maior acervo de imagens em movimento da América Latina. O galpão abrigava mais de duas mil cópias de filmes em 33 mm e 16 mm.

O incêndio atingiu o local na última quinta-feira (29). Os funcionários da Cinemateca já tinham divulgado um manifesto denunciando a falta de investimento e de pessoal para fazer a manutenção da estrutura.

O encontro dos ministros da Cultura do G-20 aprovou um documento que recomenda o combate às fake news, ao discurso de ódio nas redes sociais, que defende a proteção de comunidades indígenas e medidas que garantam a igualdade de gênero.

Todos esses temas são rechaçados pelo governo Bolsonaro.

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