PCdoB-DF decide processar presidente por crime contra a Saúde Pública
Jair Bolsonaro voltou a desrespeitar as orientações do Ministério da Saúde e saiu às ruas do Distrito Federal neste domingo (29). Em Taguatinga, cidade satélite de Brasília, ele promoveu aglomerações de pessoas, atacou as autoridades sanitárias, a mídia e os governadores e defendeu o fim das medidas de controle da propagação do vírus.
O ritmo de expansão da epidemia no Brasil já é igual ou pior do que países como a Itália e a Espanha. Já são mais de 4 mil infectados e 118 mortos. O PCdoB de Brasília decidiu entrar na Justiça contra Bolsonaro por crime contra a Saúde Pública, por ter saído às ruas e aglomerado pessoas.
A população está rejeitando a irresponsabilidade de Bolsonaro. Já são 12 dias de panelaços em todo o país contra este comportamento criminoso de Bolsonaro.
A Justiça já havia proibido a campanha da morte, criada pelo governo para instigar a população a se expor ao risco de infecção. Desmoralizado, o Planalto apagou das paginas oficiais do Twitter e Instagram da Secretaria de Comunicação a propaganda com o slogan “O Brasil não pode parar” e desmentiu que a tivesse criado.
Rodeado de pessoas, ele voltou a falar que o coronavírus é uma gripezinha e chamou de covarde quem está seguindo as orientações do Ministério da Saúde e ficando em casa.
Em sua ideia fixa de desestabilizar o país e criar um ambiente propício a um golpe, Bolsonaro se dirigiu aos jornalistas na frente do Palácio do Alvorada e em tom provocativo disse: “Tô com vontade de soltar um decreto amanhã e liberar todo mundo a voltar a trabalhar”.
Isso evidentemente não passa de bravata porque o Supremo Tribunal Federal (STF) já determinou que nenhuma medida tresloucada contra as orientações sanitárias por parte de Bolsonaro poderá se sobrepor às decisões dos governadores.
Na sexta-feira (27) o jornal Valor Econômico divulgou uma pesquisa do Instituto Travessia que mostra que 94% dos brasileiros sabem da gravidade da epidemia e apoiam as decisões do Ministério da Saúde. A pesquisa mostra também que 64% dos pesquisados não confiam na capacidade do presidente da República em gerenciar a crise do novo coronavírus. Em contrapartida, 70% dos entrevistados apoiam as ações que vêm sendo implementadas pelos governadores de seus estados.
A população tem respondido com indignação ao comportamento de Bolsonaro. Além dos panelaços quase diários, as carreatas da morte, organizadas por bolsonaristas para insuflar a população contra as medidas de proteção contra o vírus, têm sido esvaziadas e hostilizadas pela população.
Em Porto Alegre a população chamou os participantes da carreata, todos em carros luxuosos, com vidros fechados e de máscara, de assassinos, pleyboys e safados. Em alguns lugares essas carreatas forma recebidas com ovos e bosta de vaca.
Seguindo o mesmo rumo do “mito”, alguns bolsonaristas caíram no ridículo em sua campanha da morte. O deputado Gustavo Schmidt (PSL-RJ) foi preso no sábado numa festa em Niterói com mais de vinte pessoas. Foi levado à delegacia por desrespeitar as normas contra o coronavírus e por desacato á autoridade por tentar agredir policiais que foram chamados pelos vizinhos.
A deputada Bia Kicis para combater as autoridades sanitárias, repercutiu uma notícia falsa de que um borracheiro que morreu em um acidente teria sido computado como vitima do coronavírus. Seu objetivo era desmoralizar as estatísticas oficiais, mas foi desmascarada. A “notícia” espalhada por ela era falsa.
Também o investigado Flávio Bolsonaro tentou reforçar as besteiras que seu ai anda dizendo sobre os efeitos milagrosos da cloroquina. Repercutiu um vídeo de uma suposta cura de um paciente de UTI pela medicação anti-malária. Também era falso o vídeo.
A campanha da morte da família Bolsonaro e de seus seguidores atende aos anseios de especuladores dos mercados de ações e de papéis que estão perdendo dinheiro com a crise. Ao invés de cobrarem do governo o apoio aos trabalhadores e à economia, eles querem que o povo se exponha aos riscos para garantir seus lucros.
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