O governo Bolsonaro gastou muito menos no combate à Covid-19 do que o ministro da Economia, Paulo Guedes, vem alardeando. No dia 18 de agosto, data em que o Brasil registrou o recorde de 100 mil vidas ceifadas pelo novo coronavírus, em nota, o governo afirmou, através da Secretaria Especial de Comunicação Social, que foram “mais de R$ 1 trilhão para salvar vidas e garantir o emprego e a dignidade de milhares de brasileiros”.
No dia 18 de agosto, o Tesouro Nacional registrava o resultado dos recursos extraordinários aprovados pelo Congresso Nacional: dos R$ 511,97 bilhões aprovados, pouco mais da metade foram utilizados: apenas R$ 310,86 bilhões.
Em audiência no Congresso Nacional, no dia 30 de julho, Paulo Guedes, afirmou que o governo “gastou mais de R$ 1 trilhão” no combate à pandemia. O ministro foi questionado por parlamentares da Comissão Mista do Congresso, que acompanha as medidas relacionadas à Covid, sobre a “ajuda” às empresas para capital de giro e folha de pagamento que “não chegava na ponta”.
O valor divulgado pelo Tesouro está muito distante dos “números expressivos” que Bolsonaro e Guedes estão divulgando. Na prática, a maior despesa do Executivo está sendo com o auxílio emergencial de R$ 600, que só foi possível por iniciativa do Congresso Nacional. Ainda assim, até o dia 18 de agosto, só foram executados R$ 182,87 bilhões dos R$ 254 bilhões previstos para ajudar, segundo o Tesouro Nacional.