Em ato esvaziado em Juiz de Fora, o candidato, que é responsável pela atual crise pela qual passa o país, não falou nada sobre o desemprego, a falta de investimentos e a fome que atinge 33 milhões e brasileiros
Em um ato esvaziado com evangélicos no aeroclube de Juiz de Fora (MG), nesta terça-feira (16), o candidato Jair Bolsonaro não falou nada sobre o desemprego, a inflação, a fome e a perda de renda dos brasileiros, problemas que cresceram descontroladamente durante o seu governo.
Preferiu mentir aos fieis para fugir de suas responsabilidades com a miséria que toma conta do país. Como não tem o que dizer sobre os 33 milhões de brasileiros que estão passando fome e sobre os 125 milhões em insegurança alimentar, ele esconde a verdade. Para seguir mentindo resolveu reclamar das leis que punem a propagação de notícias falsas na campanha.
Inventou uma fantasiosa perseguição de igrejas para atacar Lula, o líder das pesquisas, que, em oito anos de governo, nunca fechou uma igreja sequer. Aliás, muito pelo contrário, o período de Lula foi o de maior liberdade religiosa no país. Quem persegue religiões é Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que, recentemente, associaram religiões de origem africanas com às trevas. Ela já foi, inclusive, acionada na Justiça pela atitude preconceituosa e racista.
Bolsonaro citou países que supostamente restringiriam algumas religiões para associá-los com a oposição. “Estamos acompanhando o que acontece em outros países da América do Sul, como a Nicarágua, onde rádios católicas foram fechadas, procissões impedidas. Acompanhamos o que acontece na nossa riquíssima Venezuela”, disse, não citando o seu país preferido, Israel, onde só há uma religião oficial e as outras todas são perseguidas.
Propagandista fanático de armamentos e apologista da violência e do ódio, Bolsonaro falou de uma batalha do bem contra o mal. “Temos uma batalha pela frente, sabemos da luta do bem contra o mal, sempre pregamos e defendemos a liberdade absoluta”, disse ele.
Por “liberdade absoluta” Bolsonaro quer, na verdade, é armar as suas milícias. Seu filho, Flávio, por exemplo, lavou dinheiro desviado da Assembleia Legislativa do Rio através da rachadinha empregando a mãe e a ex-mulher de Adriano Nóbrega, ex-chefe da milícia de Rio das Pedras, região de onde veio Fabrício Queiroz, o faz-tudo da família e operador do esquema criminoso.
Recentemente, foram divulgados dados mostrando que metade das armas liberadas pelos decretos de Bolsonaro para o “clubes de caças” e outras arapucas estão indo parar nas mãos do crime organizado. Esse tema das armas é outra forma de Bolsonaro fugir do que interessa e não explicar a falta de investimentos de seu governo. Não realizou uma grande obra sequer. Tentou pegar carona em obras iniciadas em outros governos, mas não inaugurou nada de importante. A única coisa que ele fez foi vender empresas brasileiras para grupos estrangeiros.
Responsável pela maior parte das mais de 680 mil mortes por covid-19, fruto de sua sabotagem às máscaras, as medidas sanitárias e às vacinas, Bolsonaro voltou a criticar medidas de isolamento social determinadas pelas autoridades sanitárias na pandemia. “Vocês sentiram um pouquinho de ditadura aqui na pandemia, com igrejas fechadas, pessoas sendo impedidas de trabalhar, com comércio fechado. A gente sabia onde isso ia dar. Não vou entrar em detalhes”, afirmou o mandatário, conhecido por ter disseminado o vírus com o incentivo às aglomerações e ao não uso das máscaras.