“Está cada vez mais Delfim Moreira. Bolsonaro virou Bolsonaro de novo”, disse o prefeito PSDB
O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), repeliu o discurso que Jair Bolsonaro fez no encontro com presidentes da América do Sul, quando ele negou que a Amazônia esteja sofrendo com as queimadas.
“Bolsonaro virou Bolsonaro de novo. Diante de governantes sul-americanos negou constatações do INPE sobre o aumento de 34% no desmatamento da Amazônia”, escreveu no Twitter.
“Negou o desmatamento e as queimadas afirmando que “uns poucos brasileiros” inventam esses problemas para queimar o Brasil no exterior”.
Segundo o prefeito de Manaus, a declaração de Bolsonaro, de que a “a história que a Amazônia arde em fogo é uma mentira”, está em contradição com o vice-presidente Hamilton Mourão, que admitiu o crescimento do desmatamento.
“Está cada vez mais Delfim Moreira. Contradisse seu vice, Mourão, que admitiu que o desmatamento cresceu, mas será contido. Falta combinar com garimpeiros, grileiros. E aparelhar Ibama e ICMBIO”.
“Falta Mourão ajustar com Bolsonaro se querem ou não enfrentar o desmatamento crescente. Falta política efetiva de proteção aos índios e aos povos tradicionais da Amazônia também”, completou.
Delfim Moreira foi presidente interino do Brasil de 1918 a 1919. Vice de Rodrigues Alves, assumiu a vaga após a morte do titular, vítima da chamada “Gripe Espanhola”. Na sua curta gestão, o país foi tomado por muitos problemas sociais e a administração de Delfim Moreira foi desastrosa, com ele desligado e desconcentrado dos problemas e das suas tarefas administrativas. Daí a comparação com Bolsonaro por Arthur Virgílio.
No dia 11, terça-feira, durante participação na videoconferência da II Cúpula Presidencial pela Amazônia, com presidentes de países que compartilham a floresta tropical, Bolsonaro tentou esconder o desmatamento na região e culpou um suposto interesse econômico internacional na floresta.
“Nós bem sabemos da importância dessa região para todos nós, bem como os interesses de muitos países outros nessa região. Também sabemos o quanto somos criticados de forma injusta por parte de outros países do mundo”, afirmou.
Contra todos os dados, Bolsonaro disse que não foi encontrado “nenhum foco de incêndio”, porque a floresta é “preservada por si só”.
Porém, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento na floresta amazônica cresceu 34,5% em julho, no acumulado em 12 meses, comparando-se com o mesmo período anterior.
Entre agosto de 2019 e julho de 2020, a área desmatada chegou de 9.205 quilômetros quadrados.