“O presidente é hoje a maior ameaça à saúde pública do Brasil”, disse o senador e ex-ministro da Saúde, José Serra (PSDB-SP).
Para ele, “a saída de Nelson Teich expõe a gravidade da crise institucional que atravessamos no país”.
“Bolsonaro ignora todas as recomendações da academia e a experiência mundial, colocando em risco a vida de milhões de brasileiros”, completou.
Nelson Teich anunciou, na sexta-feira (15), sua saída do Ministério da Saúde. A demissão se deu por não concordar com o uso indiscriminado da cloroquina no tratamento da Covid-19, por não ter eficácia comprovada, e pelos atropelos de Bolsonaro, que liberou a abertura de academias, salões de beleza e barbearias sem consultá-lo.
Teich assumiu o Ministério da Saúde há menos de um mês, depois da demissão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta por defender as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Outros parlamentares do PSDB também lamentaram a saída de Teich. Para o senador Plínio Valério (AM), “essas mudanças de ministros após algum desentendimento fazem lembrar o presidente do time de futebol ameaçado de rebaixamento. Trocar ministros da Saúde em plena pandemia – leia-se: tempestade – não vai fazer parar a ventania. A tempestade continua”.
O senador Rodrigo Cunha (AL) afirmou que “a troca do segundo ministro da Saúde em plena crise escancara a face do desprezo do governo pela doença, que deveria estar sendo combatida diuturnamente à luz da ciência, e não de teses que carecem de embasamento técnico. A tragédia do coronavírus ganha hoje mais um soturno capítulo”.