A carta da Pfizer dirigida Pazuello foi datada de 12 de setembro de 2020. Quatro dias depois, em 16 de de setembro, Pazuello foi confirmado como ministro
A denúncia sobre a omissão de Pazuello consta numa carta enviada a Bolsonaro pelo CEO da Pfizer, Albert Boula, em 12 de setembro de 2020. A posse de Pazuello como ministro se deu em 16 de setembro. A carta com a oferta das vacinas veio a público na audiência de Fábio Wajngarten na terça-feira (12) na CPI da pandemia. Nesta época, tanto Bolsonaro quanto o seu ministro criticavam publicamente as propostas feitas pela Pfizer e combatiam vacinas.
Na carta, o executivo da Pfizer diz que estava em tratativas com o ministro da Saúde sobre as vacinas sem sucesso. “Apresentamos uma proposta ao Ministério da Saúde do Brasil para fornecer nossa potencial vacina que poderia proteger milhões de brasileiros, mas até o momento não recebemos uma resposta”, diz o documento.
Na posse de Pazuello como ministro titular, quatro dias depois da carta, houve muito elogio, muita festa e nenhuma palavra sobre vacina. “Hoje, estudos já demonstram que por volta de 30% das mortes poderiam ser evitadas, caso, de forma precoce, fosse ministrada a hidroxicloroquina”, disse Bolsonaro.
“Vamos zerar os impostos, entre outros possíveis remédios para tratar… A cloroquina, a vitamina D. Paulo Guedes de imediato atendeu. Conversamos com Marcos Cintra, no momento foi zerado o imposto da vitamina D”, acrescentou Bolsonaro, revelando que sua atenção do Palácio do Planalto estava totalmente voltada para o charlatanismo da cloroquina.