Em entrevista na inauguração do programa dominical do jornalista Luis Datena, o deputado Jair Bolsonaro defendeu a manutenção do foro privilegiado para políticos. Segundo ele, sem o foro privilegiado, os políticos “vão ser julgados na primeira instância e levarão 30 anos para chegar até a última instância, que é o Supremo”. Até lá, eles estarão mortos, argumentou.
Resta saber por que esses políticos – inclusive o deputado Bolsonaro – jamais querem abrir mão do foro privilegiado, se é tão melhor assim, para eles, serem julgados como qualquer mortal brasileiro.
Bolsonaro se diz, por outro lado, a favor de que a execução da pena comece depois da condenação por uma segunda instância da Justiça.
Evidentemente, e sobretudo num momento em que a oligarquia política está imersa em um esgoto corrupto, isso não é suficiente para que o país se livre dessa desgraça.
Bolsonaro – da mesma forma que Lula e o PT, que ele diz odiar tanto – está defendendo, com a cobertura do foro privilegiado, a impunidade dos ladrões que assaltam o povo brasileiro.
Até agora a Operação Lava Jato, em Curitiba, condenou 123 corruptos. Todos, evidentemente, sem foro privilegiado. A Lava Jato não conseguiu agarrar, apesar das provas contra eles, Temer, Aécio, Renan, Jucá, Gleisi, Padilha, Moreira Franco, e mais algumas dezenas ou centenas de ladrões que se refugiam atrás do foro privilegiado.
Aliás, é por isso que ele é um privilégio – se seus detentores tivessem que enfrentar o juiz Moro e seus colegas, a situação seria diferente.
S. C.