Jair Bolsonaro desistiu de apresentar um pedido de impeachment contra o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A decisão, que não se sabe até quando será mantida, foi tomada depois da péssima repercussão que teve o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, também do STF. Derrotado também, já que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), rejeitou na quarta-feira (25) o pedido de Bolsonaro contra Moraes.
Bolsonaro começou a atacar Luis Roberto Barroso e dizer, sem apresentar nenhuma prova, que ele estava envolvido em um esquema que fraudou as eleições de 2014 e 2018 para causar uma crise institucional.
Chegou a fazer uma live, com transmissão pela TV Brasil, apenas para divulgar fake news e atacar as urnas eletrônicas e o ministro Luís Barroso.
O governo apresentou, através da deputada Bia Kicis (PSL-DF), uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para voltar ao voto impresso. Em votação no Plenário da Câmara, o governo Bolsonaro não conseguiu atingir os 308 votos necessários.
Segundo a coluna de Valdo Cruz no G1, Bolsonaro desistiu de apresentar o pedido de impeachment contra Barroso depois de conversar com os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), e da Secretaria de Governo, Flávia Arruda.
Jair Bolsonaro assinou pessoalmente um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, argumentando que Moraes não podia estar investigando os que atacam e ameaçam o STF e a democracia.
O pedido foi rechaçado pelo restante dos ministros do Supremo, pelos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e por entidades de juristas.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que não via “fundamentos fáticos e jurídicos para dar seguimento”.
O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), anunciou que não vai pautar a indicação do atual advogado-geral da União (AGU), André Mendonça, para o STF, por causa dos ataques de Bolsonaro ao tribunal.
“Se Bolsonaro não respeita o Supremo, não tem condições de cobrar celeridade para a indicação”, afirmou.