“Tomaremos medidas práticas urgentes contra o desemprego”, afirmou o candidato do PCdoB a prefeito de São Paulo em sabatina
O deputado federal e candidato a prefeito de São Paulo, Orlando Silva (PCdoB), afirmou que é preciso denunciar o perigo que Bolsonaro representa para a democracia e para a cidade de São Paulo.
“Nós temos que fazer do processo eleitoral nas cidades um momento de denúncia dos riscos que Bolsonaro representa para a democracia”, declarou em sabatina feita pelo Estadão na terça-feira (3).
Orlando enfatizou que “sou um candidato anti-Bolsonaro”.
O candidato Celso Russomanno (Republicanos) colou sua campanha em Bolsonaro e o resultado foi imediato, despencando nas pesquisas eleitorais. Após sumir com a imagem de Bolsonaro durante um tempo, agora ele promete que vai se achegar mais ainda ao presidente. Por conta disso, novas quedas nas pesquisas são esperadas na campanha do candidato Russomanno.
Para Orlando Silva, as grandes obras e trabalhos que têm que ser realizados pela Prefeitura de São Paulo exigem um prefeito que seja “um líder político. Se o prefeito não tiver uma atitude de liderança política, vai ficar pedindo favor”.
“Não é um problema de amizade, é um problema político. Eu sou daqueles que defendem que São Paulo precisa ter como prefeito um líder político, porque tem tema da cidade que exige parceria com governador e prefeito, enquanto tem outros que exigem mudança na lei”, avaliou.
“Você não tem que ser amiguinho nem do presidente da República e nem do governador. Igual o [Celso] Russomanno fala: ‘eu sou amiguinho do presidente, o presidente vai me dar um dinheirinho’. Para, meu! O dinheiro não é do presidente, não é da rachadinha do Queiroz e dos filhos do presidente”, disse.
“O Russomanno fala em criar o auxílio paulistano. É louco, porque o presidente acabou de encerrar o auxílio emergencial que nós defendemos manter”.
O candidato disse que fará “um esforço extraordinário, no ano de 2021, para a geração de emprego e renda”.
“Ou tomamos medidas práticas urgentes, ou corremos o risco de explodir a cidade por conta do desemprego”, avaliou o deputado.
“A situação está bem difícil, mas nós sabemos que estaria muito pior se não fosse o auxílio emergencial, que nós aprovamos no Congresso Nacional de R$ 600, e não R$ 200, como queria Bolsonaro. E agora ele cortou para R$ 300”.
“Russomanno fala: ‘eu sou amiguinho do presidente, o presidente vai me dar um dinheirinho’. Para, meu! O dinheiro não é do presidente, não é da rachadinha do Queiroz e dos filhos do presidente”
“Retemos a gravidade da crise com esse auxílio. Sem ele, a partir do dia 1º de janeiro, vai ser muito difícil a situação na cidade de São Paulo”, continuou.
Orlando Silva disse que se for eleito conversará com todos os vereadores e fará os acordos de forma aberta à população.
Durante a entrevista, Orlando defendeu a redução da velocidade nas vias de São Paulo. Para ele, “deveríamos reestabelecer” os parâmetros colocados por Fernando Haddad (PT). “O trânsito é muito violento no Brasil, mata muita gente, muita gente fica com deficiência, fica mutilado, muitas famílias sofrem”.
EDUCAÇÃO E PANDEMIA
Orlando Silva acredita que a volta às aulas só pode acontecer se as escolas forem readequadas para receber os alunos respeitando o distanciamento e outras medidas que diminuam o contágio ou quando houver vacina.
A Prefeitura deveria estar “estruturando um plano de investimento que permita qualificar as escolas para receber com segurança as crianças”.
“Nós teremos a expansão no número de funcionários para cuidar da limpeza e da conservação das escolas? Vamos garantir as reformas a tempo para que as instalações possam ter o distanciamento necessário? Teremos equipamentos de proteção individual?”, questionou.
“Essas medidas poderiam decidir na formação de um protocolo que, sendo seguido, protegeria as nossas crianças, os professores e as suas famílias. Essas medidas não foram adotadas. Você não tem um protocolo de segurança que possibilite o retorno às aulas sem que transforme a escola em uma usina de propagação da Covid”.
“O risco de você fazer da volta às aulas uma nova onda de propagação da Covid é algo muito grave. Por isso que eu defendo que volte quando tiver vacina que possa imunizar a todos”, avaliou.
O deputado federal também disse que a Educação de São Paulo pode ser melhorada se tomar como modelo Sobral, no Ceará.
“Lá tem foco no professor, no treinamento, na preparação permanente do professor, tem foco no projeto político-pedagógico de cada escola adequada a cada realidade, tem um processo permanente de avaliação de cada etapa do processo de aprendizagem, tem um cuidado com a infraestrutura das escolas e tem metas claras”, relatou.
“Até os oito anos, todas as crianças sabem ler, interpretar o texto e fazer as quatro operações”, disse.
“Se Sobral conseguiu fazer, São Paulo pode fazer também. Aliás, aqui gastamos 31% do orçamento, lá eles gastam 27%”, concluiu.