Avaliação foi feita um dia depois de seu partido, o PP, negar filiação do capitão cloroquina
O senador Ciro Nogueira (PP-PI), aliado de Bolsonaro, afirmou, nesta segunda-feira (31), em entrevista ao jornal Valor Econômico, que hoje o capitão cloroquina seria derrotado nas urnas. A avaliação coincide com o desgaste do governo diante do agravamento da pandemia e das denúncias de omissão e sabotagem que estão vindo à tona na CPI da Pandemia, instalada no Senado.
“O presidente está no pior momento por conta da situação do país. As pessoas estão com muita dificuldade de se alimentar. Estamos num momento difícil”, disse Nogueira.
Em mais um sintoma do desgaste do governo, seu partido, o Progressista, acaba de recusar a filiação de Bolsonaro na agremiação. O argumento para a recusa foi que colocar o partido a serviço do projeto político de Bolsonaro “pode provocar um profundo isolamento político do PP”.
O país já se aproxima de meio milhão de mortos pela Covid-19 e o governo Bolsonaro continua resistindo às medidas sanitárias de proteção da população e sabotando a compra de vacinas. A CPI está deixando claro que este número de mortos poderia ser muito menor se o governo não retardasse tanto a compra de imunizantes e se empenhasse mais na luta contra o vírus.
“Eu não acredito que o presidente venha para o Progressistas. Ele tem uma quantidade grande de lideranças que querem o comando do partido nos Estados e, se existe um partido estruturado no país hoje, é o nosso. O partido está num momento crescente, está indo muito bem, e temos 50 deputados querendo entrar no Progressistas. Meu dia inteiro é recebendo deputados que querem vir para o partido na janela”, afirmou o senador.
“Tenho pensado partidariamente e eu não teria como dar uma reviravolta, tomar o comando nos Estados e entregar para o pessoal dele. Não tenho como e ele precisa disso. Então, o natural é ele ou retornar ao PSL – existe essa discussão – ou ir para um partido menor. O foco é esse. Não vejo perspectivas de ele ir para o Progressistas ou para qualquer partido desse tamanho, por conta da questão do comando dos Estados”, acrescentou Ciro Nogueira.