“Há pouco nos tornamos noivos”, diz Bolsonaro sobre relação com Netanyahu

Bolsonaro fala para negocistas israelenses. Foto: Reprodução - Globonews

Bolsonaro disse que “há pouco nos tornamos noivos, no bom sentido”, em referência à sua relação com o premiê israelense Benjamin Netanyahu e à abertura de um escritório comercial do Brasil em Jerusalém.

Segundo ele, a abertura de uma “representação nossa de negócios e tecnologia, de pesquisa, de inovação em Jerusalém” mostra que “esse nosso relacionamento veio para ficar”.

A declaração de Bolsonaro aconteceu nesta terça-feira (2), em um evento com negocistas israelenses.

Ele disse para os negocistas que está à disposição deles e que “serão bem acolhidos, serão bem tratados” caso queiram vir explorar financeiramente o Brasil.

Ainda nesta terça-feira, após participar de cerimônia simbólica ao plantio de muda de oliveira no Bosque das Nações, Bolsonaro foi questionado se mantinha os planos de transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém e respondeu: “Um grande casamento começa no namoro e no noivado, então estamos no caminho certo, no meu entender”.

A instalação de um escritório comercial brasileiro em Jerusalém desagradou os árabes.

A Liga Árabe avalia trocar os principais produtos brasileiros por fornecedores de outros países, entre eles, Índia, Turquia, Estados Unidos e Argentina.

O presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Rubens Hannun, confirmou que os árabes estão insatisfeitos com Bolsonaro por querer transferir a embaixada brasileira para Jerusalém e que isso pode refletir no comércio com o Brasil. “Acho que deve haver um impacto no comércio, mas não há como quantificar”, disse.

Bolsonaro tratou com desdém as queixas árabes e disse que “é direito deles reclamar”.

A bajulação de Bolsonaro a Donald Trump, que apoia Israel contra os palestinos, o levou a cometer um ato jamais visto na diplomacia. Sob chuva, no fim da manhã de segunda-feira(1), ele fez questão de ir a tiracolo de Netanyahu visitar o Muro das Lamentações. Foi a primeira vez que um presidente brasileiro foi lá acompanhado de uma autoridade israelense. O local é considerado pela ONU área em conflito.

Os chefes de Estado sempre visitam o Muro sem a presença de autoridades israelenses. O local está na parte oriental de Jerusalém e é reivindicado pelos palestinos como capital de seu futuro Estado. A área é ocupada ilegalmente por Israel, que tem sido condenada pela ONU.

Não é a primeira vez que Bolsonaro usa as imagens de “casamento”, “namorada” e afins para se referir a uma situação.

Questionado recentemente sobre as desavenças com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), em torno da reforma da Previdência, Bolsonaro falou: “Você nunca teve uma namorada e, quando ela quis ir embora, o que você fez? Não pediu para ela voltar? Você não conversou?”.

O deputado Rodrigo Maia respondeu: “Eu não preciso almoçar, não preciso do café e não preciso voltar a namorar. Ele [Bolsonaro] precisa ter mais tempo pra cuidar da Previdência e menos tempo cuidando do Twitter, porque, se não, a reforma não vai andar”. “Se o presidente não falar comigo até o fim do mandato, não tem problema. Não preciso falar com ele. O problema é que ele precisa conseguir várias namoradas no Congresso, são os outros 307 votos que ele precisa conseguir [para aprovar a reforma da Previdência]”.

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